Jornal impresso é o 2º meio informativo mais confiável durante a pandemia

Além do serviço essencial, pesquisadora destaca caráter histórico das páginas locais

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Fonte segura de informação, debate público é ampliado nas páginas dos jornais (Foto: Bank Phrom/Unsplash)Fonte segura de informação, debate público é ampliado nas páginas dos jornais (Foto: Bank Phrom/Unsplash)
Fonte segura de informação, debate público é ampliado nas páginas dos jornais (Foto: Bank Phrom/Unsplash)
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Enquanto grande parte da população permanece em isolamento, as rotativas não param. A velocidade de giro das bobinas de papel é proporcional à rapidez com que as informações circulam durante a crise sanitária e é, também, nas páginas deste mesmo material manchado pelas tintas que se misturam ao longo do processo de encarte que o jornal impresso se consolidou como o segundo meio noticioso mais confiável durante a pandemia, segundo o Datafolha. 

Fabiana Beltrami é jornalista, professora da UPF e membro do IHPF (Foto: Arquivo pessoal/Divulgação)

Superado apenas pelas cadeias de televisão, 56% dos brasileiros ouvidos pelo instituto de pesquisa destacaram uma confiabilidade do meio jornalístico para informar sobre o coronavírus. “Quando eu vejo um jornal impresso, e agora neste período de pandemia, me parece quase como um documento porque no digital a gente tem como editar a notícia, mas no impresso eu tenho a possibilidade quase de uma informação atestada”, observou a pesquisadora e professora da Faculdade de Jornalismo da Universidade de Passo Fundo (FAC/UPF), Fabiana Beltrami. “Todas as informações que estão ali são para ajudar as pessoas a nortearem suas vidas”, acrescentou. 


“No impresso eu tenho a possibilidade quase de uma informação atestada” - Fabiana Beltrami


Ao tocar a edição impressa, ressaltou Fabiana, os leitores têm a projeção de um recorde sobre a própria localidade significando a vivência da pessoa no município. “O jornalista está em locais onde os demais cidadãos não conseguem estar. O impresso vai continuar o legado de trazer informações que nós não teríamos de outro jeito”, enfatiza a pesquisadora membro do Instituto Histórico de Passo Fundo (IHPF). “Quando eu leio uma notícia, ela me emociona ou ela me deixa irritada ou ela me deixa preocupada porque o jornal também proporciona sensações. Ele é presente na vida das pessoas e mexe com as nossas leituras do mundo. Isso é muito importante para nosso desenvolvimento como cidadãos”, salientou Fabiana. 

Documentação histórica

Além de ser uma narrativa sobre os acontecimentos do município, prossegue a docente, o jornalismo local impresso também carrega consigo a documentação histórica dos períodos atravessados que, quiçá com as páginas já amareladas e a tipografia nem tão legível, servirá como fonte de informação para os pesquisadores em décadas futuras. “O jornal também é uma narrativa da minha vida porque se nós somos moradores de Passo Fundo, ela é a nossa casa e todos nós temos que saber o que está acontecendo e participar desse processo”, aludiu. 

Ao servir como fonte segura de informação, especialmente em períodos críticos, o jornalismo profissional manifestado nas páginas impressas amplia o debate público com os diversos atores e vozes múltiplas que são ouvidas em cada matéria. “Acaba sendo um resumo histórico dos principais acontecimentos. Ao mesmo tempo que a gente tem o que está ali para ler, estudar e se aprofundar nas relações da cidade, também precisamos olhar o outro lado que não está presente porque ele igualmente pode contar muita história. Então, o jornal faz um enquadramento assim como enquadramos uma imagem a partir de um ângulo em uma composição fotográfica”, exemplificou Fabiana.

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