No calendário brasileiro, o dia 11 de agosto é dedicado para homenagear quem busca conhecimento e tem a vida transformada pela educação: os estudantes. Desde criança, o jovem Antônio Pereira dos Santos, de 28 anos, sonha em ser professor. Para alcançar o objetivo, há oito anos, saiu de sua cidade natal, Barra do Corda, no Maranhão, para estudar em Passo Fundo. Além dos mais de 3 mil quilômetros percorridos para chegar até aqui, o estudante também atravessa outro longo caminho, que envolve muita dedicação aos estudos.
Recentemente, ele concluiu a licenciatura em Filosofia, pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de Passo Fundo (IFCH/UPF) e agora vê o sonho de se tornar professor de ensino superior cada vez mais perto de ser realizado, já que ingressou no mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da UPF. “Durante a minha licenciatura, me inseri num grupo de estudo e pesquisa em educação superior e fui bolsista voluntário. Isso me ajudou a entrar no mestrado, pois o grupo vai preparando a pessoa, tanto através da escrita de textos e artigos, como também na inserção na comunidade, ao pensar temáticas que envolvem educação básica, educação pública e problemáticas gerais relacionadas à educação”, conta.
Segundo o mestrando, um dos pontos centrais de ser estudante é não se acomodar. “O estudante é um sujeito inquieto, que procura sempre mais. Ele precisa sonhar, precisa buscar, mas também precisa resistir a tantas dificuldades que passamos”, comenta Santos, ao destacar que chegar até o mestrado não foi uma tarefa fácil, mas poder contar com o apoio da família o ajudou nesta caminhada. “Sou o primeiro na minha família a ter uma graduação e a iniciar o mestrado. Minha mãe é analfabeta, meus pais sabem muito pouco, mas sempre me incentivaram bastante nos estudos. Eles sabem o quanto é importante a educação na construção de um mundo melhor e no sentido de valorizar aquilo que foi construído antes”, pontua.
Para conseguir realizar o mestrado, o estudante conta com uma bolsa de estudos do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições Comunitárias de Educação Superior (Prosuc), oferecida pela Capes. Ele defende a importância de políticas públicas que invistam em ciência e em pesquisa. “Isso garante que muitos que têm dificuldade de pagar um curso, consigam estudar”, afirma Santos. “Eu resisti, passei por várias dificuldades, lutei e continuei sonhando. Acho que isso é importante, continuar batalhando pelos sonhos, procurar um ensino de qualidade, estudar e se tornar uma pessoa melhor. O estudo e a educação têm um papel muito grande de nos tornar pessoas melhores e de construir uma sociedade melhor”, conclui.