Saúde mental é favorecida quando se tem um hobby

Dedicar tempo para atividades que oferecem a sensação de bem-estar ajuda a manter a saúde em dia e prevenir doenças

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 Cultivar bons hábitos torna-se importante para ter uma vida saudável e feliz (Fotos: Tainá Binello e Divulgação) Cultivar bons hábitos torna-se importante para ter uma vida saudável e feliz (Fotos: Tainá Binello e Divulgação)
Cultivar bons hábitos torna-se importante para ter uma vida saudável e feliz (Fotos: Tainá Binello e Divulgação)
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Em meio a uma rotina agitada e cheia de compromissos é comum sentir a presença de cansaço, estresse e ansiedade. Diante disso, cultivar bons hábitos torna-se importante para ter uma vida saudável e feliz. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ter saúde não significa somente ausência de doenças, mas, também um estado satisfatório de bem-estar físico, mental e social. Uma forma de manter a saúde em dia é encontrando tempo para se dedicar a atividades que tragam essa sensação de bem-estar.

Para a professora dos cursos de Psicologia e Educação Física da Universidade de Passo Fundo (UPF), Marilise Brockstedt Lech, é normal haver problemas comuns no dia a dia, porém é preciso desenvolver forças para lidar de frente com eles a fim de evitar doenças. “Para se ter prazer por estarmos vivos precisamos ter bons vínculos, seja com pessoas, com lugares ou com atividades que nos entusiasmam e nos colocam em movimento”, afirma. “A forma de ocupação do nosso tempo, diz muito sobre quem somos e como estamos nos sentindo, nos diferentes momentos da vida”, destaca.


Boas práticas de autocuidado

Cuidar de si, complementa a professora, requer repensar o estilo de vida, ocupando o tempo e a mente com atividades prazerosas, com criatividade, esperança, resiliência, otimismo e autoconhecimento. “Uma boa conversa, a leitura de um livro, uma caminhada junto à natureza, o cultivo de plantas, flores e de uma horta doméstica, bem como cozinhar, pesquisar, estudar, escrever, fazer algum esporte, artesanato, música, coleções ou projetos sociais podem trazer pequenos prazeres que, somados, dão mais sentido à nossa vida, sejam estas praticadas como trabalho ou ocupação do tempo livre”, ressalta.


Os hobbies como aliados da saúde

“A corrida hoje não significa rendimento, competição e pódio… significa uma dose de felicidade diária”. É assim que Claudia de Oliveira Schmitt, supervisora da Central de Informações da UPF, descreve o exercício que começou a praticar há seis anos. “Escolhi a corrida porque tenho pouco tempo disponível na rotina. Essa atividade pode ser praticada a qualquer hora, em praticamente qualquer lugar, sozinha ou em grupo”, conta. Além de exercitar o corpo, para Cláudia, a corrida representa um momento de fortalecer a saúde mental.

A acadêmica do oitavo nível de Medicina da UPF, Júlia Lumi encontrou na arteterapia uma forma de liberar as energias acumuladas. Ela conta que desde pequena gosta de fazer pintura em telas e foi a partir de um momento de estresse que sentiu a necessidade de retomar a atividade. Quando iniciou a pandemia, durante o período em que as atividades estavam fechadas e não haviam aulas remotas, a atividade foi ainda mais executada. “A princípio eu não via ligação nenhuma da pintura com a medicina, mas comecei a estudar sobre o assunto e ao entrar na Liga Acadêmica em Saúde, Espiritualidade, Práticas Integrativas e Complementares (Lasepics) descobri que ela é uma terapia e me ajuda em situações de estresse que vivencio na faculdade ou quando atendo algum paciente mais fragilizado, pois consigo canalizar na arte, então é uma prática que ajuda cuidar da minha saúde”, destaca.

Desde criança, o professor do curso de Física da UPF, Alisson Giacomelli, tem contato forte com a música, especialmente, com o rock. “Vivi uma época em que bandas de heavy metal faziam muito sucesso, então eu tinha o sonho de subir em um palco e tocar que nem as bandas que eu escutava”, afirma. O sonho se tornou realidade. Agora, ele concilia as atividades da banda com a profissão. “Ter uma banda exige tempo, mas por outro lado é algo que alivia o estresse do dia a dia e acaba sendo um hobby importante. A música como um todo ajuda a se desconectar um pouco e também é importante para o desenvolvimento de várias questões afetivas, de coordenação motora, de atenção. No meu caso, como toco metal na bateria, se torna um exercício físico também, já que exige bastante esforço”, comenta.

Conforme a professora Marilise, alcançar a sensação de bem-estar requer um olhar mais atento ao nosso redor. “O fato de melhorarmos nossa postura, inspirarmos profundamente e deixarmos nossa mente aberta e receptiva pode nos ajudar a encontrar o que podemos fazer para criar engajamento com a vida”, pontua ela, destacando que “em tempos em que as mídias impõem padrões de felicidade, temos que entender que não se é feliz o tempo todo e que, a seu modo, suas condições e seu tempo próprio, cada um pode construir seus momentos de bem-estar”, garante.


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