Desde o começo deste ano o Brasil já registrou mais de 1700 focos de queimada. O estado de Mato Grosso lidera a lista de estados com o maior número de focos registrados desde o primeiro dia do ano, com 328 casos, até o momento. Em quarto lugar está o Rio Grande do Sul, com 135 focos de incêndio, de acordo com os dados do satélite de referência AQUA Tarde do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse valor representa um aumento de 214% com relação ao mesmo período do ano passado.
Com a presença do La Niña desde o começo da primavera, que continua a atuar agora no verão, a chuva reduziu muito sobre o centro-sul do Brasil. A Região Sul é a que menos tem recebido chuva e que tem registrado os maiores valores de temperatura, principalmente o Rio Grande do Sul.
Mapa de índice de queimada no Brasil em 21/01/2022
Água do solo a níveis críticos
O estado gaúcho não recebe chuva significativa em algumas áreas a cerca de 30 a 50 dias. O solo está seco, principalmente em áreas do centro-oeste do estado, com umidade próxima dos 10%.
Mapa de água disponível no solo na Região Sul do BR em 21/01/2022
Com o solo muito seco e temperaturas elevadas, há maior indecência de queimadas. Os ventos fortes que sopram sobre o estado, também favorecem o alastramento do fogo. O município de Alegrete tem 37% do total de queimadas do estado, são 37 focos registrados até esta sexta-feira, 21 de janeiro.
Tendência
Não há perspectiva de melhora num cenário a curto prazo. A temperatura até cai um pouco e volta a chover no fim deste mês, o que deve diminuir os focos de queimadas, mas, por causa do fenômeno La Niña, a tendência é de um verão com chuvas abaixo da média na Região Sul.
O Rio Grande do Sul é o que mais sente os efeitos da falta de chuva, e isso agrava diversos setores da economia, principalmente o agronegócio. Os focos de queimada devem continuar a surgir durante o período do verão.
Fonte: Climatempo