Vigilância Sanitária orienta sobre compra de peixes para a Semana Santa

Em Passo Fundo, 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar realizou apreensão de pescado ilegal

Por
· 3 min de leitura
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Com a chegada da Semana Santa, a procura por peixes e frutos do mar aumenta, atrelado à tradição do seu consumo na Sexta-feira Santa. Em Passo Fundo, na última sexta-feira (9), o 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar realizou uma apreensão de pescado ilegal e a Vigilância Sanitária do Município, atentos a esse cenário, alerta sobre os cuidados na hora de comprar os alimentos.


Atenção na hora da compra 

O chefe do Núcleo de Vigilância Sanitária, Samuel Oro da Silva, explica que os pescados são um dos alimentos mais sensíveis à temperatura e à contaminação do meio ambiente. "Por isso, requerem muitos cuidados desde a criação até a chegada ao consumidor final. É importante que os consumidores tomem todas as precauções para evitar a ocorrência das doenças transmitidas por alimentos, que, em alguns casos, podem ser graves", afirma. 

Entre as orientações, está sempre adquirir produtos com procedência, rotulagem, dentro da validade, bem refrigerados e em locais licenciados pela Vigilância Sanitária ou pela Secretaria da Agricultura e Desenvolvimento do Interior. Jamais devem ser comprados produtos clandestinos e sem rotulagem.

De acordo com Samuel, é possível atestar a procedência de peixes, frutos do mar e bacalhaus por meio do rótulo e condições de armazenamento. "Existem selos, como o SIF, o CISPOA ou o SIM, que as pessoas podem verificar nos rótulos e que evidenciam que o produto passa por fiscalização. Além disso, é importante verificar a temperatura de congelamento e aspecto do freezer para avaliar a higienização", menciona.

Além disso, produtos frescos devem estar com 30% do seu peso coberto com gelo. Peixes e frutos do mar devem estar com os olhos cheios, não murchos, pele viçosa e escamas juntas.

Para o bacalhau, a área para venda deve ser fresca e arejada. O peixe deve ter aspecto amarelado, sem manchas ou pintas escuras, que significam mofo e/ou fungo e além disso, ele precisa estar totalmente coberto de sal (a ausência de sal em algumas partes indica produto velho). Com relação a dessalga, ela deve acontecer sob refrigeração, uma vez que a atividade da água contida no alimento propicia a proliferação de microrganismos, ocasionando a contaminação do alimento com potencial risco de DTA, doença transmitida por alimento.


Apreensão de pescado ilegal 

Na última sexta-feira (8), atendendo a uma denúncia anônima, referente a comércio de peixe sem procedência, uma Equipe do 3°Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BABM) de Passo Fundo realizou a fiscalização em um Mercado em Passo Fundo.

Os Policiais Militares constataram que estava exposto para venda 9kg de peixes, da espécie Lambari, congelados em embalagens de 1kg. O proprietário informou aos PMs que comprou os peixes de um cliente, que teria pescado na barragem de Ernestina, porém não apresentou documentação alguma de procedência do produto e não soube informar o nome da pessoa que forneceu o pescado.

O 3°BABM acionou os agentes da Vigilância Sanitária do Município, os quais realizaram a inutilização do pescado, bem como auto de infração. Diante do crime ambiental, os Policiais Militares confeccionaram um Boletim de Ocorrência Policial (BO COP).


A procura pelo peixe

O crescimento da venda de peixes durante a Semana Santa e principalmente na sexta-feira se relaciona muito à uma espécie de tradição, no qual somente uma vez por ano muitos vão à compra do produto. A data, para a religião Católica, simboliza e relembra a crucificação de Jesus Cristo, onde só a carne de peixe pode ser consumida. “Muitos chegam aqui e pedem o mesmo peixe que compraram no ano passado, porque pela tradição compram uma vez por ano só”, descreveu um empresário do ramo.  

Em Passo Fundo, o comércio de peixes traz destaque para a venda do filé de Tilápia. De acordo com o empresário, nos últimos anos a procura pelo peixe inteiro teve uma queda significativa. “O filé da vez, é o filé de Tilápia. É o que está mais hoje em circulação porque ele é um peixe de cultivo, de criação e pode ter em grande quantidade”, explicou, acrescentando que o peixe do mar não está disponível em grande volume, por isso a dificuldade de comercialização. Nesse sentido, o empresário comenta que houve um aumento de cerca de 12% no valor dos peixes em comparação ao ano passado, muito relacionado à inflação que se teve nesse período.

Gostou? Compartilhe