Apesar da retomada das atividades cotidianas e profissionais após dois anos de restrições impostas pela pandemia de Covid-19, os reflexos da crise sanitária ainda vigente podem ser observados nos corredores da Estação Rodoviária de Passo Fundo.
Antes tomado por passos apressados em direção ao box de embarque e por olhares inquietos em busca de informações sobre destinos, o terminal se mostra esvaziado e com empresas de ônibus tendo que reorganizar as tabelas de horários pela diminuição na compra de passagens suspendendo, inclusive, algumas linhas antes disponibilizadas aos usuários do transporte coletivo intermunicipal.
Há algumas semanas, a Unesul deixou de operar três escalas convenientes, sobretudo, aos estudantes e funcionários que utilizavam a oferta de deslocamento nas primeiras horas da manhã para fazer a conexão entre o município de residência e Passo Fundo. Conforme a administração da Estação Rodoviária, o ônibus que fazia a ligação entre a cidade e Porto Alegre às 6h30min, passando por Mato Castelhano, já não está mais disponível, assim como o horário das 7h entre Passo Fundo e Marau, Soledade e Guaporé. “Esse também era bem importante porque os trabalhadores e os professores utilizavam”, disse a direção do terminal ao O Nacional.
A notificação de autorização para a suspensão das linhas, emitida pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER-RS) responsável por regular o transporte rodoviário gaúcho, habilitou a suspensão de venda dos boletos para estes destinos. Embora a administração analise com cautela a queda no fluxo de viajantes, que estão preferindo o deslocamento em automóveis próprios e através de aplicativos de carona mesmo com o aumento no preço dos combustíveis, uma queda de 40% no trânsito de passageiros no terminal foi registrada nestes quatro primeiros meses do ano. “É uma tendência que estamos procurando entender”, afirmou a direção. “Depois da pandemia, tivemos uma queda de 80% e depois de 60% em relação ao movimento normal”, complementou.
Movimento desacelerado
De uma média diária de 1,5 mil passageiros, a Estação Rodoviária de Passo Fundo assistiu a uma redução para 1,2 durante os períodos mais críticos da crise sanitária. Agora, estima a administração, cerca de 700 viajantes passam pelos corredores do terminal para embarcar em um dos 71 destinos disponibilizados.
Além da redução na oferta de horários para as rotas mais buscadas, as empresas também tiveram de aumentar o preço das passagens neste mesmo período, onde alguns destinos tiveram um encarecimento de cerca de 29% em relação aos valores praticados há dois anos.
