Nos dois últimos anos, período no qual os decretos foram enrijecidos para tentar conter os contágios de coronavírus entre a população, o número de famílias passo-fundenses que recorreram aos programas sociais do Governo Federal aumentaram cerca de 26,4%, sendo 41% das beneficiárias vivendo em situação de extrema pobreza no município.
Conforme a base de dados abertos disponibilizada pelo Ministério da Cidadania, e consultada pela reportagem do jornal O Nacional na segunda-feira (13), dos mais de 20,3 mil grupos familiares inscritos no Cadastro Único, 8,4 mil se enquadram na faixa considerada de privação severa de bens básicos, como alimentação e moradia. “No primeiro ano de pandemia, muitos órgãos reduziram seu atendimento, ocasionando grande procura pela assistência social, não somente no que concerne ao escopo dos serviços, mas para orientações diversas”, considerou a secretária-adjunta da Secretaria de Cidadania e Assistência Social de Passo Fundo (Semcas), Elenir Chapuis.
A criação do Auxílio Brasil como medida emergencial de manutenção de renda, prossegue Elenir, contribuiu para que o número de cadastros observados em 2020, de 16,1 mil famílias, tenha tido essa curva ascendente de novos nomes na plataforma de identificação dos moradores em situação de vulnerabilidade social. “Também em determinado período da pandemia, atualização cadastral e novas inserções, sendo que ficou represado, ocasionando grande número de inserções no Cadastro Único”, explicou.
As famílias de baixa renda, cujos integrantes do mesmo círculo de convivência domiciliar vivem com uma renda per capita mensal de até R$ 550, respondem pelo terceiro maior grupo listado no CadÚnico em Passo Fundo, conforme o Ministério da Cidadania. Do total de passo-fundenses recebendo algum benefício de transferência monetária através dos programas sociais federais, 4,2 mil ganham cerca de meio salário-mínimo, enquanto 5,8 mil famílias recebem acima deste valor respondendo por 29% dos beneficiários aptos a serem inscritos para assistência social.
Programas sociais
Com 6,9 mil moradores cadastrados para receber o benefício extraordinário reajustado para 400 reais, o Auxílio Brasil respondia pela maior demanda de repasses de recursos federais às famílias passo-fundenses em maio deste ano, de acordo com a Secretaria Nacional de Renda e Cidadania, seguido pelo Bolsa Família, cuja transferência de renda é realizada a cerca de 6 mil mulheres chefes dos lares no município.
Na folha de abril, diz o relatório, Passo Fundo teve ainda 3,1 mil famílias beneficiadas pelo Auxílio Gás que receberam um valor médio de 51 reais, o que corresponde a 50% da média nacional do preço do botijão de 13kg de gás liquefeito de petróleo (GLP), totalizando uma canalização de verba federal superior a 159 mil reais dos cofres da União para financiar o programa criado para amenizar o efeito do aumento do preço do gás de cozinha sobre o orçamento doméstico. “Muitas famílias que são referenciadas nos CRAs são acompanhadas com atendimentos individualizadas. A assistência social é para quem dela necessitar, pode ser para um período pequeno até que aquela família consiga ter todos os seus acessos e direitos garantidos”, ressaltou a secretária-adjunta da Semcas.