A meditação em busca de paz e democracia foi o que moveu o ato organizado por dois monges budistas passo-fundenses. Na manhã de segunda-feira (25), durante duas horas, na praça Marechal Floriano, um grupo de sete pessoas realizou uma meditação chamada “Zazen”. Essa foi a primeira ação de várias que o grupo pretende fazer até o dia das eleições em forma de buscar a paz nesse cenário de crescimento da violência, afirmaram os organizadores.
“Meditação por Paz e Democracia”
A ação foi pensada pelos monges budistas Daniel Confortin e Mário Vernes. Ambos contam que o movimento surgiu como uma forma de, silenciosamente, chamar a atenção para o momento que a sociedade brasileira vive, principalmente, politicamente, acompanhado da escalada de violência observada nos últimos meses. “Nossa preocupação enquanto monges budistas e defensores do pacifismo é o quadro que a sociedade brasileira está atingindo de violência política, de assassinatos e ameaças e todas essas questões que não estão servindo para nada e colocam a democracia em perigo”, comentou Mário.
Nesse sentido, Daniel explica que usam as ferramentas que têm a seu dispor: o sentar silencioso e a meditação, principal prática dos monges. Com a meditação “Zazen”, proposta pelo zen budismo, o silêncio é atingido, a mente se tranquiliza e é obtida uma melhor perspectiva do que nos cerca e do que há dentro de nós. “Essa é uma luta não violenta e principalmente simbólica”, disse, lembrando que eles têm buscado a construção de uma cultura de paz. “Então viemos para praça pública, para em silêncio poder propor essa cultura de paz, de tolerância, que para nós é milenar. Buda pregava a paz há 2600 anos. Pregava a evolução e o respeito às diferenças”, explicou Mário.
A manifestação deve se tornar permanente e ser realizada mais vezes até o dia das eleições, marcado para 2 de outubro. “Que a gente possa repetir essa manifestação e que em torno disso a gente comece a gerar um núcleo aqui na região, para desenvolver essas qualidades relacionadas a cultura de paz. A tolerância, diversidade e a própria comunicação violenta”, ressaltou Daniel.
Nesse cenário, no entanto, eles afirmam que essa não é uma manifestação política ou partidária. “Nós não defendemos nem um lado nem o outro. Mas vemos que há um apelo a uma cultura de ódio e esse apelo vem da principal autoridade do país. Não podemos fechar os olhos para isso”, declarou Mário Vernes. “Por isso estamos propondo que a sociedade tenha respeito pela democracia, tenha respeito pelos grupos minoritários e que sejam todos respeitados em suas perspectivas e razão de existir”, finalizou o monge.