Depois de um longo período de baixas temperaturas, o calor finalmente passou a preencher a rotina passo-fundense. Com o registro máximo de 34.9ºC no Laboratório de Meteorologia da Embrapa Trigo na última quinta-feira (8), Passo Fundo deve ter mais alguns dias de alta nos termômetros até a onda de calor com origem na Argentina se afastar do Estado e trazer uma nova frente fria.
Ondas de calor
Afastada do centro da cidade, a sexta-feira (9) ficou marcada por 34.4ºC, no entanto, para quem circulava pela Avenida Brasil, o encontro foi com a sensação de abafamento e temperaturas na casa dos 36ºC. Comum para o período que antecede a chegada do verão, no próximo dia 21, as ondas de calor se intensificam devido a atuação do fenômeno La Niña. “Pela La Niña, acontecem ondas de calor intensas, mas que são curtas. Essa deve durar entre quatro e cinco dias. É uma onda de calor curta”, explicou o analista do Laboratório de Meteorologia da Embrapa Trigo, Aldemir Pasinato.
Conforme os registros do Laboratório, as temperaturas registradas no final da última semana foram as mais altas para essa primavera e início de verão. Apesar do calor, essas não são temperaturas recordes para Passo Fundo, sendo a máxima absoluta 36.4ºC, sentidos no verão de 2019 e considerada a mais alta dos últimos 30 anos. “Mas dezembro, até o momento, está com temperaturas acima da média máxima para o mês, que é de 28.4ºC. Até hoje, alcançamos médias de 32.3ºC”, pontuou Pasinato.
Previsão para a semana
Na segunda-feira (12), Passo Fundo registrou máxima de 33.1ºC. As altas temperaturas devem permanecer até a quinta-feira (15), quando os termômetros se aproximam da casa dos 33ºC e uma frente fria se aproxima do Estado, trazendo as temperaturas para os 25ºC, com o calor retornando na próxima semana.
A chuva chega de maneira tímida nesta e na próxima semana, com o registro de apenas 10 mm, em áreas localizadas e de maneira irregular, muito em função do calor, que provoca pancadas de verão. Até o momento, Passo Fundo contabilizou apenas 25 mm em dezembro, enquanto a média para o mês é de 162 mm. A perspectiva é que o município conclua o sexto mês com precipitações abaixo da média, cenário que se arrasta desde julho.
Estiagem menos rígida
Com um futuro seco se aproximando, Aldemir Pasinato analisa que a tendência é de que a estiagem 2022/23 seja de menor intensidade quando comparada com a do verão 2021/22, isso porque os prognósticos apresentam um afastamento do fenômeno La Niña a partir de janeiro. “A estiagem deve continuar no mês de dezembro e início de janeiro, mas a partir de janeiro há uma tendência de redução porque o fenômeno La Niña vai começar a entrar em um período de transição para uma fase de neutralidade. Assim, ele vai continuar atuando neste verão, mas de forma menos intensa”, explicou o analista, destacando que esse cenário deve trazer uma melhora nas condições de chuva e umidade do solo a partir de janeiro. Desse modo, depois da transição, a fase de neutralidade do La Niña deve permanecer até meados de outono, no mês de junho.
