MEIO AMBIENTE: A natureza pede socorro

Chuvas cada vez mais intensas, ventos fortes, inundações, será esse o novo normal?

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Chuvas cada vez mais intensas, ventos fortes, inundações, será esse o novo normal? Há muito tempo cientistas e ambientalistas vêm alertando sobre as mudanças climáticas, contudo, até mesmo os mais céticos observam com perplexidade diante de tamanha tragédia no Rio Grande do Sul.

A professora da Universidade de Passo Fundo (UPF) Luciana Brandli, também CEO da Greena Soluções em Sustentabilidade e que atua nas áreas de engenharia, meio ambiente e sustentabilidade, é uma grande pesquisadora sobre o assunto, possuindo mais de 300 publicações sobre o tema. Luciana destaca que há muito tempo existe um movimento alertando sobre a problemática envolvendo mudanças climáticas. “Essa necessidade de a gente estar preparado para os eventos extremos já vem de muito tempo, desde a Rio 92 que aconteceu aqui no Brasil, depois teve o Acordo de Paris em 2015, junto com a própria Agenda 2030, que tem um ODS específico de mudanças climáticas e isso ocorreu porque já havia se percebido, por meio de dados científicos, que cada vez nós vamos ter mais eventos extremos, porque a gente tem muita emissão de gases de efeito estufa”, pontuou.

Conforme Luciana, as cidades foram se desenvolvendo de forma desordenada no sentido de se pensar sustentabilidade, além disso a especulação imobiliária próximo aos rios é outro problema. “A gente não tem lugar para a vazão da água, a gente tem pessoas morando nas encostas dos rios, então tudo isso gera um risco muito maior, porque a gente está alterando as questões da natureza, por ter uma densidade maior e até mesmo se as próprias leis facilitaram que isso acontecesse muito”, pontuou.

Vida sustentável

Conforme especialistas, a tragédia no Estado deve promover transformação em diferentes âmbitos, entre eles na visão e comportamento das pessoas. “O ideal seria que a gente mudasse totalmente o nosso modo operante, que a gente tivesse uma vida mais sustentável e emitisse menos gás de efeito estufa, porque é o único jeito pra tentar minimizar um pouco esse aumento do calor, esse aquecimento global”, pontuou Luciana.

Seja na alimentação mais saudável, seja na forma de consumir produtos ou mesmo de buscar aliar o modo de vida mais sustentável, utilizando energia renovável em casa utilizando carros elétricos que contribuem para diminuição da geração de gases de efeito estufa.

Estratégias

Além de mudança de locais de moradias, construção de estruturas mais resistentes em residências e que ajudem também como uma barreira, são muitas as sugestões e caminhos apontados por especialistas sobre a necessidade de mudanças. “Até então a maior enchente tinha ocorrido em 1941 e no último um ano e meio, foram registradas três. Então, realmente é o nosso planeta que está mudando, precisamos preparar melhor as cidades para esses tipos de eventos, isso envolve engenharia, escoamento de água, desassoreamento de rios, porque eles vão reduzir a sua profundidade com tanta coisa que foi acumulando e se enchente no fundo, então nas próximas chuvas há qualquer momento pode alagar de novo”, disse.

Solidariedade

A união da população, de pessoas que deixaram suas vidas, seus trabalhos mesmo quando não impactadas pelas chuvas é um dos apontamentos vistos como positivos diante de tantas tristezas. “A gente precisa se unir em prol de tentar combater as mudanças climáticas, tentar minimizar esses impactos, reduzindo a emissão do gás do efeito estufa e a partir do nosso modo de vida, buscando ser mais sustentável, exigir produtos mais saudáveis, processos de produção mais sustentáveis é o único jeito da gente virar a chave”, finalizou.

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