Desde a noite de quarta-feira, Passo Fundo passou a fazer parte de uma cadeia de 75 cidades brasileiras em que há a Casa do Poeta, um refúgio criado com o libertário intuito de se permitir compartilhar o dom da poesia em qualquer uma de suas manifestações, como bem lembra Paulo Monteiro. "Um poema parnasiano, uma canção de hip hop, alguns passos de tango, uma crônica, um show de rock: tudo é poesia se for também um ato de libertação"
Marina de Campos ON
Era tarde de quarta e, confesso, ainda não tinha pauta. Alguém me chamou para atender três senhores que aguardavam no térreo da sede de ON. Desci sem muita esperança - para se deixar ser surpreendido, nunca espere qualquer coisa. Acontece que quem me aguardava também guardava na manga a melhor das notícias e um oceano de desgovernado conhecimento pronto a inundar a cidade em que vivo, um rio que corre indestrutível, mas não transborda, quando deveria mais era nos afogar a todos. A mim deixou sem fôlego, encheu os dois pulmões de água, paralisou os músculos e iluminou a fonte de onde tudo isso vem, como quem já partiu, mas ainda se deixa afundar lentamente observando a luz que ultrapassa a superfície apenas para me banhar.
E assim não seria possível, como manda o bom jornalismo objetivo e imparcial, excluir-me do momento e narrá-lo da maneira mais indiferente possível. Faria parte daquilo desde o primeiro instante e por isso peço licença para contar como as coisas aconteceram da forma mais sincera, por meio dos olhos de um repórter-narrador-personagem que não encontra outra saída senão esta que aqui se apresenta.
A matéria completa você confere na edição do Segundo Caderno deste final de semana (27-28)