Um ano, 40 mil em ação

Passado um ano de sua criação, o grupo Timbre de Galo contabiliza público de quase 40 mil pessoas em apresentações do espetáculo Auto da Paixão e da alegria

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Segundo ON

Pode ser apenas mais uma quinta-feira para você, mas para eles... o dia 8 de abril de 2009 representou o início de uma vida nova. Agora, depois de um ano inteiro de muito trabalho, preparação e incansáveis apresentações pelos bairros da cidade e diversos municípios do estado, o grupo Timbre de Galo comemora seu aniversário com toda a empolgação e satisfação que uma curta, embora bem-sucedida trajetória pode proporcionar. Contabilizando 47 apresentações em 30 cidades e nada menos que 37.500 espectadores com apenas uma peça em cartaz, o grupo vê nos números surpreendentes o estímulo para continuar. "O Timbre de Galo teve a sorte de ser formado por pessoas apaixonadas pela arte e pelo que fazem, e o resultado não poderia ser outro. O que é feito com muito amor e muita vontade não tem como não dar certo", afirma Mara Cavalheiro, atriz e produtora do grupo.

Junto com o aniversário, os atores comemoram ainda o encerramento da agenda de apresentações do prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua, que, entre os meses de março e abril, viabilizou apresentações gratuitas em 12 cidades do interior do Rio Grande do Sul, entre elas Passo Fundo, Gramado dos Loureiros, Pontão, Faxinalzinho, Mormaço, Victor Graeff, Ernestina e Coxilha. Esse foi o segundo prêmio da Fundação Nacional de Artes recebido pelo grupo, já que no ano passado o Timbre de Galo foi selecionado para o prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, realizadas em bairros e vilas de Passo Fundo.

"Entendemos e acreditamos que nosso trabalho só se completa com o encontro que o público proporciona. Dessa forma o espetáculo ganha força e, por se tratar de um grupo que trabalha na rua e em espaços alternativos, acabamos apresentando nosso espetáculo em locais populares como ginásios e praças", explica o ator e pesquisador Edimar Rezende. "O público acaba gostando disso, pois vamos com nossa estrutura onde não há teatro ou casa de cultura. São locais onde, possivelmente, poucas apresentações teatrais ocorrem e a receptividade é sempre muito boa. As pessoas pedem para voltarmos, isso é muito gratificante", complementa.

Mas nada disso vem sem esforço. Autônomo, o grupo passa os dias correndo atrás de apoio das mais diferentes formas, além de patrocinadores e cidades interessadas em proporcionar o espetáculo para a comunidade. "Pela arte, pela luta da inclusão social não tem como nosso trabalho não valer a pena. Corremos muito atrás da máquina, trabalhamos muito, lutamos para poder estar junto do nosso povo e, se conseguimos estar, é porque está valendo a pena, sim", observa Mara. "O que nos move são dois ingredientes: a paixão e a alegria. Paixão pelo teatro, com a responsabilidade de sempre apresentar a peça da melhor forma possível. E a alegria de trabalhar com aquilo que realmente sabemos fazer. Como não é fácil trabalhar com cultura nesse país que não tem uma política cultural séria, o jeito é correr atrás", completa Edimar.

Satisfeitos com o caminho até aqui, mas nem por isso livres de inquietações artísticas que devem levar o grupo à montagem de novos espetáculos em breve, o Timbre de Galo aproveita a própria comemoração para parabenizar seu público. "Não existem explicações para definir nosso público. É impossível não se realizar com pessoas que nos recebem com tanto amor e carinho", conclui Mara.

Gostou? Compartilhe