Segundo ON
"Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar 'the big one', aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo? Mas, além disso, temos de ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar em um navio pirata comandado pelo Johnny Depp ou então virar uma cafetina, sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha. Eu só conheço mulher louca." É apenas um trecho, mas define bem do que fala o livro e também o espetáculo Doidas e santas: mulheres.
Com sinceridade e bom humor, a obra da escritora gaúcha Martha Medeiros foi um sucesso editorial logo após o seu lançamento por falar sobre as mulheres e para as mulheres exatamente como tem que ser. Agora, o grande sucesso recai sobre a adaptação do texto para os palcos, com ninguém menos que a atriz Cissa Guimarães como a protagonista. Trazido ao estado por meio do Arte Sesc - cultura por toda parte, o espetáculo passa por Passo Fundo nos dias 17 e 18 de abril. Escrita por Regiana Antonini e dirigida por Ernesto Piccolo, a peça é uma comédia romântica que aborda as relações humanas por meio de alegrias, desilusões e dramas, além das delícias da vida adulta, as neuroses da vida urbana, o prazer que se esconde no dia a dia, o poder transformador do afeto, os mistérios da maternidade. Com uma linguagem moderna, a encenação busca a interação com a plateia, levando-a para dentro do jogo teatral.
A montagem é a estreia de Cissa em produção de teatro. Como atriz, atua em cima dos palcos desde 1977, com Dor de amor, dirigida por Paulo César Pereio. O mesmo diretor oportunizou Cissa a participar, em 1983, de outro projeto baseado em obra de autor gaúcho: O analista de Bagé, de Luis Fernando Verissimo. Em 2003, a atriz subiu ao palco com Monólogos da vagina, com direção de Miguel Falabella. Mas apesar do extenso currículo envolvendo peças teatrais e cinema, a atriz celebrizou-se mesmo na TV. Desde 1980, foram 11 novelas na Rede Globo, entre elas, sucessos de audiência como América e O Clone. Também apresentou o programa Vídeo Show. Além de Cissa, o elenco conta com outros dois nomes conhecidos dos telespectadores de telenovelas, seriados e filmes nacionais: Giuseppe Oristânio e Josie Antello. Mais informações sobre o espetáculo na próxima semana.