Segundo ON
Se o cinema é uma arte com mais de cem anos, o que determina a idade daqueles que o produzem ou o assistem? Isso mesmo, nada. E foi pensando justamente nisso que os acadêmicos Guilherme Silva da Cruz e Luciele Copetti, da Faculdade de Artes e Comunicação da Universidade de Passo Fundo, desenvolveram o projeto experimental História Filmada, sob orientação do professor Cleber Nelson Dalbosco e direcionado ao Departamento de Apoio à Terceira Idade, o Dati. Com a intenção de aproximar a população da terceira idade da linguagem cinematográfica, o projeto vai além da proposta interdisciplinar do curso superior, agregando qualidade de vida, bem-estar social, resgate da cidadania e identidade para cada aluno. Por possuírem características singulares e importantes para quem deseja trabalhar com audiovisual, o complemento da dinâmica do projeto tornou visível o diferencial e ressaltou sua importância.
E foi no dia a dia das oficinas propostas pelo projeto, a partir das percepções pessoais e aceitações coletivas, que os idealizadores confirmaram a intenção do trabalho, algo que, segundo eles, não está no formar novos cidadãos, mas sim reafirmar os meios potenciais de cada participante, alcançando assim a meta de estabelecer uma comunicação entre as gerações e possibilitar o conhecimento das técnicas do cinema.
Gravadas e ministradas com noções sobre produção, direção, roteiro e trabalhos cênicos, as aulas giraram em torno do processo de um processo de comunicação e educação que aliou o envelhecimento ativo, a cidadania e a identidade. O projeto resultou em um curta-metragem intitulado Uma luz em nossos caminhos, realizado por Adelina dos Santos Rodrigues, Antônio A. Santos, Carmelindo Chinazzo, Iliê Francisca Mafessoni, Joana Flaiban, Neli de Oliveira Bossi, Teresinha G. Garcia e Zilda Costa Soares, que produziram e atuaram no filme centrado nas contradições sociais percebidas pelos próprios participantes. Elaborado durante o segundo semestre de 2009, o resultado do projeto será exibido nesta sexta-feira, dia 30, no Teatro Múcio de Castro, a partir das 19h30. A oficina, que ganha continuidade neste ano, caso os idealizadores consigam apoio de instituições interessadas, será aberta a toda população da terceira idade.