Palma de Ouro é tailandesa

Com troféus para Juliette Binoche e Javier Bardem, grande prêmio da última noite do 63º Festival de Cannes foi para o diretor tailandês Apichatpong Weeasethakul, vencedor da Palma de Ouro de melhor filme

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Segundo ON

    Lung Boonmee raluek chaat, de Apichatpong Weerasethakul. Foi esse filme de nome impronunciável o grande vencedor da 63ª edição do Festival de Cannes, que teve cerimônia de encerramento na noite de ontem reunindo estrelas do mundo todo na charmosa cidade do sul da França. Centro das atenções durante os últimos dias, o grandioso evento que dá a largada aos festivais cinematográficos do ano consagrou o filme tailandês com a Palma de Ouro, anunciada pelo diretor e presidente do júri Tim Burton e entregue pela atriz Charlotte Gainsbourg. "Eu dedico esse prêmio aos espiritos e aos fantasmas do meu país", declarou Weerasethakul ao receber o troféu, em uma referência aos personagens que aparecem em seu filme - o espírito de uma mulher, criaturas estranhas batizadas de macacos-fantasmas e até mesmo um bagre falante que protagoniza uma cena sexual com uma princesa. "Me lembro que 30 anos atrás, quando meus pais me levaram para ver meu primeiro filme, eu não entendia nada de cinema. Hoje, com esse prêmio, acho que já sei alguma coisa", brincou ele, radiante.
    Mas a noite também teve espaço para estrelas mais conhecidas do público ocidental, entre elas a atriz Julliete Binoche, vencedora do prêmio de melhor atuação feminina por Copie conforme, e Elio Germano dividindo o prêmio com Javier Bardem pela performance no comentado Biutiful, de Alejandro González Iñarritu. Ao receber o prêmio, o ator espanhol aproveitou para se declarar à Penélope Cruz. "Penélope, eu te devo muito", disse o galã após um agradecimento especial à sua família, deixando a plateia em lágrimas. Sobre o filme em que interpreta um pai à beira da morte que luta para criar a família em um bairro pobre de Barcelona, Bardem disse que o diretor "criou a sua mais bela pintura" com Biutiful.
    Já o dono do prêmio mais polêmico da noite foi Mathieu Amalric, que também subiu ao palco com os olhos marejados. "Fico feliz com esse reconhecimento especialmente porque comecei como estagiário, trabalhando por trás das câmeras, e agora estou aqui como diretor", destacou o pupilo do cineasta francês Arnaud Desplechin. Apesar do troféu de melhor direção, o filme Tournée, que acompanha um produtor falido numa excursão com um grupo de strippers, não foi tão bem recebido por muitos dos jornalistas em Cannes. Outros momentos polêmicos giraram em torno das demonstrações de protesto em prol da libertação do cineasta iraniano Jafar Panahi, uma delas protagonizada pela vencedora Juliette Binoche.

A lista dos vencedores

 Curta-metragem - Palma de Ouro
"Chienne d'histoire", de Serge Avedikian

Curta-metragem - Prêmio do Júri
"Micky Badder", Frida Kempff

Camera D'Or
"Año Bisiesto", Michael Rowe

Prêmio do Júri
"Un homme qui crie", de Mahamat-Saleh Haroun

Direção
Mathieu Amalric, por "Tournée"

Roteiro
"Poetry", de Chang-dong Lee

Interpretação feminina
Juliette Binoche, por "Copie conforme"

Interpretação masculina
Javier Bardem, por "Biutiful"
Elio Germano, por "La nostra vita"

Grande Prêmio
"Des hommes et des dieux", Xavier Beauvois

Palma de Ouro
"Lung boonmee raluek chaat", Apichatpong Weerasethakul

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