Segundo ON
Difícil de acreditar, mas no início desta semana uma das personalidades mais famosas do cinema norte-americano foi barrada no aeroporto de Cumbica, em Garulhos, por falta de visto. Convidado de honra em um evento que teria a exibição de seu último filme seguida de uma aguardada entrevista coletiva, o cineasta Oliver Stone acabou frustrando as expectativas de fãs e de toda a imprensa nacional quando ficou impossibilitado de deixar o aeroporto e seguir para a atividade, em Higienópolis. O problema, de acordo com a Polícia Federal, foi solucionado com a concessão do "desembarque condicional", documento que permite a estadia de pessoas sem visto no país durante oito dias, mas não foi suficiente para evitar o cancelamento da entrevista.
Mesmo assim, Stone permaneceu no país e, na tarde de ontem, teve uma conversa informal com ninguém menos que a ministra e canditada à Presidência Dilma Rousseff. "Falamos por uma hora e fiquei muito impressionado com ela. É muito inteligente, uma grande cabeça, tem muita informação. Sabe tudo de energia, de economia", declarou o diretor, que também simpatizou com o presidente Lula durante as gravações do documentário Ao sul da fronteira, trabalho que fala sobre os governos latino-americanos e tem estreia no Brasil nesta sexta-feira. "Finalmente estamos mudando o patamar de governança da região. Pela primeira vez os pobres estão sendo respeitados", declara Lula em uma das cenas do filme, sintetizando o tom defendido por Oliver Stone na obra.
Além do presidente brasileiro, o filme conta com figuras como Hugo Chávez e Evo Morales e fala de episódios como o golpe de estado venezuelano de 2002 e a ascenção de um indígena ao poder boliviano. Produzido em 2008, antes da posse de Barack Obama, e lançado em 2009 no Festival de Veneza, o documentário traz Stone à frente das câmeras como um interessado ouvinte dos governantes do pejorativamente chamado "quintal dos Estados Unidos".