Dickens: vivo no cinema

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140 anos após a sua morte, o escritor inglês Charles Dickens continua a fascinar o mundo e conquistar novos leitores por meio do cinema. Autor de clássicos como Um conto de Natal e Oliver Twist, ele teve algumas de suas mais importantes obras adaptadas por cineastas, como Roman Polanski e Afonso Cuarón

Segundo ON

Desde muito cedo, Charles Dickens soube que a vida não seria nada fácil. Ainda criança foi ensinado por sua mãe que, quando desejasse fugir da realidade, bastava mergulhar com coragem no mundo da literatura. Logo se tornou um leitor voraz dos grandes clássicos. De As mil e uma noites até Dom Quixote, nada parecia intimidar aquele garoto de trejeitos adultos e memória impressionante. Por três anos frequentou escolas particulares e tudo ia bem, até o dia em que seu pai foi preso por dívidas depois de gastar todos os recursos da família no afã de manter uma boa posição social. O que restava a ele? Tudo. Com os livros que lia e todos os livros que ainda iria escrever, não precisava se importar com o fato de terem se mudado para o bairro popular de Camdem Town, ocupando quartos baratos e empenhando os talheres de prata que eram herança familiar. Novamente ele soube que a vida não seria fácil: a situação obrigou seus pais a vender a pequena biblioteca pessoal que, por intermináveis noites de fome e inquietação, significou seu único refúgio. Poderia ter sido o momento de desistir, mas para Dickens significou a hora de começar - pois como ele mesmo disse "cada fracasso ensina ao homem algo que necessitava aprender".

Com uma visão privilegiada dos dois lados da sociedade inglesa durante a era vitoriana, ele cresceu e se tornou um dos maiores escritores da literatura mundial, responsável por introduzir a crítica social nos romances britânicos e denunciar as condições de trabalho da classe operária, temas recorrentes em suas obras. Em Oliver Twist, provavelmente o seu trabalho mais famoso, Dickens narra as aventuras de um jovem órfão, utilizando-o como meio de tratar do fenômeno da delinquência provocada pelas condições precárias oferecidas pela própria sociedade. Em livros como David Copperfield, Um conto de Natal e Grandes esperanças, alguns cenários se repetem e o que se percebe em um olhar mais amplo é o claro empenho do escritor em transformar a dura realidade que ele conheceu tão de perto. Falecido em 9 de junho de 1870, continua vivo em seus livros e também no cinema.

Mais atrativo nas telas
Livros longos e datados do século 19 não costumam atrair muita gente, mas quando adaptados para o cinema pelas mãos de talentosos diretores, podem se tornar um bom meio de ligação entre o grande público e a literatura. Em 2005, Roman Polanski fez de Oliver Twist uma incrível jornada visual pelos subúrbios de Londres, transformando o pequeno ator Barney Clark em uma perfeita personificação do clássico personagem. Um pouco antes, ainda em 1998, o diretor Afonso Cuarón transpor para as telas todo o mistério e a serenidade de Grandes esperanças, filme protagonizado por Ethan Hawke ao lado de figuras como Gwyneth Paltrow, Chrs Cooper, Anne Bancroft e Robert De Niro. No ano passado, Robert Zemeckis adaptou A Christmas Carol com Jim Carrey, Gary Oldman e Colin Firth, e foi traduzido no Brasil com o nome de Os fantasmas de Scrooge.

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