Para medíocres talentos

Segundo ON

Medíocre é uma daquelas típicas palavras que parecem muito piores do que realmente são. Medíocre quer dizer apenas mediano, nem bom nem ruim, um simples meio termo, mas que soa assim tão mal aos nossos ouvidos. Claro, para alguns ser medíocre é pior que ser terrível, odiado, desprezado, lembrado por um grande fracasso - "a mediocridade é a arte de não ter inimigos" - e há quem considere essa existência quase nula o pior de todos os males. É disso que fala Para Luis Melo, espetáculo que acontece em Passo Fundo nesta sexta-feira (25) dentro das atividades da segunda etapa do Circuito Palco Giratório de Teatro do Sesc.
Dirigido por Marcos Damaceno e estrelado por Rosana Stavis, o monólogo apresenta uma mulher que, em um "jantar artístico" em homenagem ao famoso ator do Teatro Nacional e protagonista de muitas telenovelas, percebe que está, na verdade, em uma reunião de talentos medíocres. Enquanto espera o famoso ator - que nunca chega - ela reflete sobre sua vida e o meio que a cerca, sob a lembrança de uma grande amiga de todos, enterrada naquele mesmo dia.
Intensamente criticado durante o Festival de Teatro de Curitiba, Para Luis Melo é um espetáculo que "tenta retratar e discutir as relações no meio artístico", nas palavras do próprio diretor. "Não se trata de uma peça restrita a questões e particularidades do meio. O que Para Luis Melo quer discutir é a questão humana, os sentimentos mesquinhos e medianos, as disputas que não nos levam a lugar algum", acrescenta Damaceno.

Serviço
Para Luis Melo, de Marcos Damaceno
Data: sexta-feira, 25 de junho
Local: Teatro do Sesc
Horário: 20h
Interessados devem retirar senha no Sesc