E viva os lançamentos da Flip

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Para quem não tem a chance de presenciar a Festa Literária Internacional de Paraty, o melhor dela é mesmo a série de lançamentos decorrentes de sua realização. Confira os mais comentados.

Meus Problemas com As Mulheres, de Robert Crumb - Editora Conrad, R$ 49,90

Nessa coletânea, Robert Crumb expõe alguns dos traços mais controversos de sua obra: a mistura de devoção e desprezo pela figura feminina, a famosa fixação por mulheres de um determinado tipo físico, os fetiches bizarros e, acima de tudo, a coragem de transformar tudo isso em arte sem se deixar levar por qualquer tipo de autocensura. Tímido, obsessivo, egocêntrico, inseguro, atormentado por um complexo de culpa tipicamente católico, Crumb tinha tudo para ser um grande fracasso com as mulheres. Mas quem resiste a um polêmico autor de quadrinhos underground em plena San Francisco do fim da década de 1960?

Atravessar o fogo, de Lou Reed - Companhia das Letras, R$ 51,50

Ao lado de Neil Young, Reed é um dos únicos representantes dos anos 1960 a manter uma produção constante ao longo dessas quatro décadas e, como letrista, junto com Bob Dylan e Leonard Cohen, é um dos poucos compositores norte-americanos a conquistar o status de grande poeta. À frente do Velvet Underground, "trouxe dignidade, poesia e rock and roll a temas como drogas, homossexualidade, sadomasoquismo, assassinato, misoginia e suicídio", nas palavras do lendário Lester Bangs. Em Atravessar o fogo, por meio da tradução de mais de trezentas letras, é possível contemplar o gênio de Lou Reed em suas múltiplas facetas: o cronista do submundo nova-iorquino, o fetichista depressivo e masoquistas, o amante da literatura e das artes de vanguarda. Um retrato completo da obra de uma das figuras mais polêmicas e influentes da música contemporânea.

A ilha sob o mar, de Isabel Allende - Editora Bertrand Brasil, R$ 49

Em seu novo livro, a autora de A casa dos espíritos narra a vida de Zarité, escrava vendida aos 9 anos para o francês Toulouse Valmorain, dono de uma das maiores plantações de cana-de-açúcar das Antilhas. Como escrava doméstica, ela não padeceu as dores e as humilhações de seus iguais, mas conheceu as misérias de seus patrões - os brancos. Embora de nacionalidade chilena, a autora nasceu em Lima, capital peruana, e há algum tempo adotou os Estados Unidos como lar, país onde se passa A ilha sob o mar. Com início por volta de 1770, mostra a fuga de crianças escravas para Cuba, e depois a sua chegada a uma fazenda em Nova Orleans.

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