Ele está entre nós

Em coletiva de imprensa, Robert Crumb divide atenções com Gilbert Shelton e mostra por que é a figura mais interessante da Flip deste ano: "Tenho vergonha de dizer que moro no planeta Terra. A raça humana é sórdida!"

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Segundo ON

Os melhores momentos da coletiva de Robert Crumb na Festa Literária de Paraty, no Rio de Janeiro: "Acho muito bizarro quando vejo meu trabalho pendurado numa galeria"; "Me assusta que as HQs sejam levadas a sério. Elas se tornaram um produto comercial, e é só por isso que estou aqui"; "Os EUA se tornaram um estado fascista, corporativista, o pior do mundo. Obama tem boas intenções, mas não vai conseguir"; "Tenho vergonha de dizer de onde sou. Na verdade, tenho vergonha de dizer que no moro no planeta Terra... a raça humana é sórdida." Quem esperava outra coisa do famoso quadrinista deve ter a sorte de ser de outro planeta, pois nada condiz mais com a sua habitual postura do que essas declarações, isso para não citar a emblemática cena do senhor de 66 anos metendo o dedo na lente das câmeras dos fotógrafos, visivelmente incomodado com os flashes. "Gosto de estudar, não de ser estudado!", como quem diz "eu não queria estar aqui". Com presença na mesa A origem do mundo, às 19h30 deste sábado, o artista deve falar de sua carreira, dar opinião sobre assuntos diversos e divulgar sua mais nova obra (prima): o Gênesis em quadrinhos. Ao adaptar o primeiro livro da Bíblia, ele provou a seriedade das HQs, apesar de duvidar disso, e fez um dos trabalhos mais elogiados dos últimos anos. Na ocasião o quadrinista é acompanhado por Gilbert Shelton, criador dos Freak Brothers.


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