Quero ser Jason Bourne

Salt estreia em Passo Fundo tentando trama, tensão e sucesso equivalentes à trilogia Bourne - difícil missão para o diretor Phillip Noyce e a protagonista Angelina Jolie

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Segundo ON

Quando surgiu, Jason Bourne foi considerado o perfeito sucessor de James Bond. Comparação grandiosa, afinal 007 era o mais incrível agente secreto do cinema até então. Mas ele se mostrou à altura: ao final da trilogia, o perturbado Jason Bourne já era um dos personagens mais marcantes e atraentes desta década, e hoje ninguém ousa duvidar de seus méritos mesmo com o andamento de um quarto filme após a impecável tríplice, correndo o risco de colocar tudo a perder. Eis que, no meio desse caminho, talvez mais cedo do que deveria, surge um suposto sucessor para o agente sem memória: Salt, a espiã vivida por Angelina Jolie que acaba de invadir os cinemas passo-fundenses para tentar provar sua inocência e, principalmente, a sua capacidade de ser a versão feminina de Bourne.

Recebido com receio pela crítica, o filme acompanha Evelyn Salt, uma agente da CIA que, até agora, tem conseguido manter equilibrados seus lados pessoal e profissional. Mesmo sendo agente, ela é casada e tem uma vida pacífica. Apesar dos altos e baixos, tudo vai bem, até o dia em que surge um traidor russo que revela a ela e outros membros da CIA a verdade sobre um complexo programa de agentes especiais russos especialmente treinados e infiltrados, acusando Salt de pertencer a essa equipe. Obrigada a fugir de uma busca liderada por seus até então parceiros, ela tenta provar sua inocência enquanto todo tentam descobrir sua verdadeira identidade, colocando em risco a segurança mundial.

Entre os pontos positivos - e até mesmo de semelhança com Bourne - está que, mesmo em cenas sem tiroteios, lutas ou perseguições, o filme consegue manter a tensão no ar e o interesse do espectador, como no já clássico protagonizado por Matt Damon. Por outro lado, não espere ver humor, ironia ou ainda um foco grande em romance: Salt quer ser um filme sério e centrado, sem necessidade de artifícios além de seu enredo principal. Mas nem tudo são flores. Bastante criticada, a atuação de Jolie parece não ter sido compreendida como deveria. Descrita como engessada, presa em clichês, viradas de rosto e poses forçadas, a atriz não passa a veracidade que deveria, comprometendo o desenrolar de um filme que precisa de tudo em equilíbrio para ser tão convincente e eficiente em sua meta como pretende ser. Nesta semana também estreou em Passo Fundo o filme Predadores, já comentado aqui no Segundo.

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