Segundo ON
Depois de um verdadeiro surto de representações de diferentes rainhas Elizabeth no cinema ao longo dos últimos anos - vide os premiados Elizabeth, Elizabeth - A era de ouro e A Rainha -, eis que surge neste ano de 2010 um espaço para outra grande soberana: a rainha Vitória. Conhecida como a britânica que mais tempo reinou, permanecendo no trono por longos 64 anos, ela chega às telas ainda no esplendor de sua adolescência, mais precisamente no momento em que deixa de ser princesa para assumir a posição de seu recém-finado tio Guilherme IV. Como mostra a espirituosa narração que abre o filme, aos 18 anos Alexandrina Vitória Regina ainda não consegue entender a vantagem de ser quem é - coisa que vai descobrir em breve, assim como o poder do amor e o peso da revolução.
Dirigido pelo canadense Jean-Mac Vallée e estrelado por Emily Blunt, A Jovem Rainha Vitória tenta deixar um pouco de lado todas as responsabilidades políticas que recaíram sobre a rainha, focando suas atenções na paixão nutrida por seu primo Albert de Saxe-Coburg. Um caso raro nos registros históricos, o casamento é considerado o primeiro por amor já consumado na realeza. Não bastasse a atmosfera de grande história de amor verdadeiro, o filme conta ainda com cenários deslumbrantes, figurinos que renderam um Oscar à produção e as características do cinema britânico que tanto chamam atenção em meio à avalanche norte-americana.
Rainha humanizada
A constante câmera em primeiro plano que acompanha toda a intimidade de Vitória na corte, com diversos closes no rosto da atriz, reforça a subjetividade da jovem rainha, cujos sentimentos são revelados pelas sutis expressões faciais de Emily Blunt. O foco em muitas cenas restritas ao seu círculo mais íntimo reforça não só o temperamento altivo de Vitória, como expõe por dentro a redoma em que a realeza mantém-se fechada. Ela é vista muito de perto, no seu quarto, de camisola, se trocando, brincando com seu cachorro, confessando seus temores às suas damas de companhia. Aparece muito pouco envergando sua coroa, na pompa máxima de sua condição. Tudo isto, mais a opção de reforçar o lado romântico, seu namoro e casamento com o primo e príncipe Albert, completam a humanização da soberana - um dos grandes acertos de A Jovem Rainha Vitória. O filme estreou em Passo Fundo nesta sexta-feira.