Cyberpunk italiano nos quadrinhos

Polêmico e cultuado clássico na Itália dos anos 1980, Ranxerox chega ao Brasil pela Conrad em edição de luxo, reunindo a obra completa criada por Stefano Tamburini, Alain Chabat e Tanino Liberatore

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Segundo ON

Ranxerox é um ciborgue bruto, grosseiro e mal-humorado, que seria um total desastre não fosse Lubna, a sexy e temperamental garota por quem é perdidamente apaixonado. É por ela que se mete em todo tipo de situação bizarra, desde incríveis corridas em busca de drogas até duvidosas performances na Broadway, tudo envolto em um clima de futuro pós-apocalíptico, muito erotismo e algumas boas doses de violência explícita. Criado por Stefano Tamburini e consagrado pelo traço hiper-realista e as cores deslumbrantes de Tanino Liberatore, Ranxerox é o perfeito exemplo de por que os quadrinhos não deviam ser considerados simples "coisas de criança".

Com fortes referências ao universo cyberpunk, o cultuado quadrinho italiano também tem espaço para críticas, já que ambienta-se em uma sociedade em que o consumismo, a força bruta e o egoísmo são as normas - nada muito diferente da realidade em que foi criado. Publicado na Itália a partir de 1978, na revista Cannibale, Ranxerox já frequentou as páginas das revistas brasileiras Heavy Metal e Animal, mas esta é a primeira vez em que são reunidas em um único volume praticamente todas as narrativas já publicadas com o personagem, algumas delas inéditas por aqui. Um dos quadrinhos mais influentes da década de 1980, ele acompanha o estilo ousado e polêmico utilizado por vários artistas italianos, entre eles Milo Manara, Hugo Pratt e Guido Crepax. Mais presente na cultura pop do que se imagina, Ranxerox andou servindo de referência até mesmo para a capa de um dos álbuns de Frank Zappa, The man from utopia, desenhada justamente por Liberatore. Ranxerox está sendo vendido a R$ 49,90, apenas para maiores de 18 anos.

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