Segundo ON
Estar longe de casa e ser bem acolhido é coisa que não se esquece. Natural de Barra Funda, Ivaldino Tasca adotou e foi adotado por Passo Fundo já há muito tempo, construindo toda a sua vida pessoal e louvável carreira de jornalista por aqui, chegando a se autointitular passo-fundense sem qualquer sombra de dúvida ou receio. Mais do que ouvir falar, ele próprio experimentou a hospitalidade que caracteriza a cidade e tem suas raízes em sua época de "terra de passagem". Como que para retribuir o gesto e registrar essa grande qualidade, ele publica agora o livro Passo Fundo - Crônica sobre uma cidade hospitaleira, uma pequena história de ficção que mergulha em uma das muitas lendas que rondam as origens do município e demonstra, auxiliada por detalhadas ilustrações, a capacidade do ser humano de atravessar sofrimentos e ainda assim abrir os braços na hora de acolher outro ser em qualquer que seja a situação. A obra, voltada ao público infanto-juvenil, é uma publicação da Gráfica Berthier e Aldeia Sul Editora. Confira nas próximas edições uma entrevista com o autor Ivaldino Tasca.
Passo Fundo vira livro de ficção
Gustavo Borcioni - Jornalista
A hospitalidade, como postura marcante da população passo-fundense desde os primórdios da formação do município, algo já salientado com ênfase pelo historiador Antonino Xavier, é o tema fundo de uma ficção que está sendo lançada pelo jornalista Ivaldino Tasca. Com ilustrações a lápis do jovem desenhista autodidata Irani Albuquerque Ruas, o livro "Passo Fundo - crônica sobre uma querência hospitaleira" quer ser uma homenagem à cidade que há tantos anos vem acolhendo gente de todos os recantos.
Conforme diz o autor do livro, "trocar de residência, ir morar em outro local é quase uma contingência humana, isso ocorre no cotidiano por inúmeras e diferentes motivações. O que diferencia os lugares é a forma como os nativos recebem o novo morador e, nesse sentido, a hospitalidade de Passo Fundo é imbatível". Com sua pequena obra, Tasca diz que deseja apenas renovar e reforçar o registro feito pelo nosso historiador-mor "pois eu vim de outra querência e desde que botei os pés aqui me senti acolhido". Diz ele que em regra o gaúcho é muito receptivo, mas, nesse contexto, temos marca diferenciada e isso se deve, talvez, pela característica de terra de passagem conforme nos definiram vários historiadores, dentre eles Ney D´Ávila.
Ivaldino Tasca diz não se importar se sua singela obra for tachada de ufanista: "temos sido críticos duros de nossas mazelas e isso é algo positivo, entretanto temos nos descuidado de colocar em destaque nossas virtudes. É isso que pretendo fazer agora, colocar em relevo essa virtude da hospitalidade que tão bem nos caracteriza embora isso nem sempre seja bem tangível". O autor chama a atenção para as ilustrações do jovem Irani, um talento que foi descoberto pela Rádio Planalto em concurso de charge, e que agora pode nos dar uma pequena mostra de sua capacidade. O garoto tímido que também veio de outras paragens e que no colégio se vingava dos provocadores desenhando os colegas com rosto de animais, dá uma conotação especial ao livro "Passo Fundo - crônica sobre uma querência hospitaleira", que brevemente estará nas livrarias.