Com a palavra, as testemunhas

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Organizada por Dilse Piccin Corteze e Ari Veríssimo da Fonseca, primeira revista do Instituto Histórico de Passo Fundo traz artigos, entrevistas e depoimentos que recriam a trajetória do município por meio das memórias de seus mais antigos moradores

Segundo ON

    Nascido em 1910, Dr. Jovino da Silva Freitas é um dos muitos personagens a recriar a história do município nas páginas da primeira e recém publicada revista do Instituto Histórico de Passo Fundo. Testemunha ocular de boa parte da história da cidade, ele vivenciou os primórdios do bairro São José, estudou no Instituto Educacional quando este ainda era uma construção de madeira atrás da Igreja Metodista e passeou pela avenida Brasil quando ela possuía um trecho chamado avenida Capitão Jovino – nome de seu pai. É assim, em ricas memórias que valem tanto quanto qualquer documento, que a revista  organizada por Dilse Piccin Corteze e Ari Veríssimo da Fonseca vem a público cumprindo seu objetivo de pesquisar os aspectos históricos de Passo Fundo, estudando a evolução do espírito humano, da vida social, política, econômica, intelectual e moral, através dos tempos, de forma ampla e geral.

    Intitulado Testemunhas da História e construído a partir de entrevistas e depoimentos de moradores com idade acima de 70 anos, além de artigos de estudiosos como Dr. João Carlos Tedesco, Sandra Benvegnú e Antonio Lourenço Gomes da Fonseca, o livro já tem conquistado interesse da população. “O livro editado pelo Instituto Histórico é um sucesso. Já iniciamos a ouvir outros cidadãos que ou participaram ou testemunharam as transformações econômicas e sociais das décadas de 1930 e 1940.  Impõe-se a continuação do trabalho”, explica Veríssimo da Fonseca, que ressalta também a importância do instituto. “Com este trabalho, o IHPF está a disponibilizar para o público a história de Passo Fundo desde 1834 até hoje, através do comodato com o Arquivo Histórico Regional da UPF. Para os que se interessam pela nossa História, esse período encontra-se à disposição no AHR da UPF, acervo do IHPF em DVD, CD e livros”, observa.

    Além disso, o historiador fala das raízes culturais que ganharam contorno mais tarde e caracterizaram a cidade. “Esse trabalho objetiva deixar a história da evolução social de Passo Fundo ditada pelas pessoas que a vivenciaram e dela participaram, trabalhos de fontes primárias de importantes acontecimentos que justificam o título de A mais Gaúcha”, explica. “Ser gaúcho é um estado de espírito, uma segunda alma incorporada por todas as etnias que habitam o estado. Se em Porto Alegre levantaram a bandeira das tradições os jovens L. C. Paixão Cortes, L.C Barbosa Lessa, Glauco Saraiva e outros em 1948, em Passo Fundo os jovens Albino Frankini, Ari Porto, Javel Silveira, Camacho, Dinorvan Gomes e Oscar Kurtz e as prendas Diva di Primio, Glaci Porto, Ceci Porto, Mari Pinto de Moraes, Nazi e Ziná Pinto em 1927 criaram o primeiro grupo de danças gauchescas Prestes Guimarães. Já se incorporava a alma gaúcha nos Frankini, nos di Primioi, nos Kurtz”, desenvolve. Estes e outros importantes episódios da história de Passo Fundo podem ser vistos na revista Testemunhas da história, disponível no Instituto Histórico de Passo Fundo, que fica na avenida Brasil, 792, ou pelo e-mail [email protected].

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