Tudo (quase) pronto

Com abertura oficial às 18h de hoje, 24ª Feira do Livro brota repentinamente no coração de Passo Fundo oferecendo de 10% a 70% de desconto na busca por atrair mais de 80 mil visitantes em seus 11 dias de evento

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Segundo ON

    Surgindo quase que repentinamente, como se tivesse sido tramada na calada da noite (e foi), a estrutura da 24ª edição da Feira do Livro de Passo Fundo ganhou forma ao longo dos últimos três dias e hoje está finalmente pronta para receber o evento. Até a tarde de ontem, poucos estandes já contavam com a presença de livros – um deles o da Livraria Espírita Antonina Xavier, que preferiu se antecipar e deixar tudo pronto para atrair o público que vai estar nas redondezas durante o dia. Com duração inédita de 11 dias, a edição tem largada às 18h, quando acontece a cerimônia oficial de abertura com a ilustre presença do seu patrono, o jornalista Eduardo Bueno – conhecido também como Peninha. Sem poupar munição, o evento promovido pela Associação de Livreiros de Passo Fundo já coloca para a primeira noite de palestras uma grande atração: o jornalista Laurentino Gomes, autor dos best-sellers sobre história do Brasil 1808 e 1822, entrevistado pelo Segundo na semana passada. A programação completa está na página 12.

Palavra de patrono

Em entrevista ao Segundo, o jornalista, tradutor, autor e patrono da 24ª Feira do Livro de Passo Fundo falou sobre alguns de seus assuntos prediletos: história do Brasil, Bob Dylan, literatura beat... Confira aí alguns trechos

Segundo - Nos seus livros, você demonstrou que a história pode ser uma ciência viva, dinâmica e atrativa ao grande público. Com a edição revista e ampliada de Brasil: uma história [que será lançada na Feira do Livro de Passo Fundo], a intenção é renovar essa ideia?
Eduardo Bueno -
Sim. Na verdade, essa é a "terceira encarnação" de Brasil: uma história. A primeira foi publicada na forma de fascículos colecionáveis pelos jornais Folha de S.Paulo, Zero Hora e outros. A segunda, já como livro, saiu pela editora Ática. Mas lá a obra foi tratada como se fosse uma paradidática, o que nunca achei que fosse. Agora, o livro sai pela Leya Brasil da forma como sempre o imaginei: um manual com um projeto gráfico dinâmico, bem editado, com mais de mil imagens e com a proposta de convidar o leitor a empreender um mergulho na história do Brasil de uma forma muito diferente da que fomos obrigados a fazer no tempo dos bancos escolares e também com uma abordagem desvinculada de qualquer amarra ou linha acadêmica. É a história do Brasil tratada como uma grande reportagem, na qual o puro prazer da leitura busca ser o atrativo maior. Acho que vem dando certo.

Segundo – Na opinião daquele que abriu as portas para a literatura beat no país [Nos anos 1980 Peninha traduziu On the road, de Jack Kerouac], qual a importância ou mesmo a influência desse gênero hoje em dia? Aquela mensagem transgressora continua agindo da mesma forma agora?
EB -
Acho que, como toda a literatura de qualidade, a obra dos beats é imortal. A mensagem transgressora que ela comporta não é datada e nem me parece diretamente vinculada aos protestos nos anos 60. É um convite à libertação individual e, portanto, meio século depois, continua bem viva e válida.

Segundo - O que você acha da iniciativa de Walter Salles de adaptar o livro para o cinema?
EB -
Temerária. O livro parece meio "amaldiçoado" na hora em que se pretende passar suas páginas fulgurantes para a tela dos cinemas. Muitos já tentaram, ninguém conseguiu. Andei trocando e-mails com Waltinho e sei que ele esteve muito perto de desistir. Mas agora parece que o projeto decolou e as filmagens estão em andamento. Pena que ele não me convidou para colaborar no roteiro. Pior para ele (risos).

Segundo - O que está achando da experiência de ser patrono da Feira do Livro da cidade que é Capital Nacional da Literatura?
EB -
Estou adorando, até porque nunca se dignaram a me convidar para a famosa Jornada Literária. E agora é tarde, aproveito para dizer.... Sempre gostei de Passo Fundo – de sua rudeza franca, de seu ímpeto, de seu orgulho quase arrogante. Além do mais, é a terra do meu ídolo e (quase) amigo Felipão, o maior treinador do mundo... E, é claro, o lar do Gaúcho de Passo Fundo, um time que pude assistir jogando, com eficiência e a devida ferocidade, no saudoso estádio Wolmar Salton, com Bebeto, o “canhão da serra”, como centroavante e o finíssimo Daison Pontes na zaga... Ando muitíssimo atarefado e ir aí vai me exigir um esforço extra, mas estou bem feliz.

- Confira esta entrevista na íntegra na edição do Segundo deste fim de semana

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