Clássico da fantasia ao lado de Fundação e O Senhor dos Anéis, Duna já virou filme de David Lynch e gibi de Bill Sienkiewicz. Em meio a boatos sobre mais adaptações, obra de Frank Herbert ganha edição em nova tradução pela editora Aleph
Segundo ON
Duna é exatamente o tipo de coisa que você já ouviu falar mais de mil vezes, em diferentes conversas, programas e sites, mas nunca entendeu bem de que se trata. A confusão vem, talvez, do fato de que Duna deixou de ser apenas uma coisa para se tornar um emaranhado de partículas mágicas mutantes que vêm e vão sem jamais se definir completamente. Também pelo fato de que sua trama, passível de ser moldada em qualquer linguagem, seja na literatura, no cinema ou até nos quadrinhos, não é nada comum. Envolve um universo extremamente convincente apesar de inventado em um delírio megalomaníaco, algumas criaturas tão assustadoras quanto irreais e uma intrincada teia política e religiosa que joga em seu protagonista o peso de ser o eleito capaz de tornar viáveis os planos ocultos de um planeta inteiro.
Em outras palavras, Duna se trata de um dos maiores clássicos da literatura de fantasia e ficção científica, ao lado de trilogias consagradas como Fundação, de Isaac Asimov, e O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien. Escrita por Frank Herbert em 1965, a obra fez sucesso em outras mídias, como na adaptação para o cinema encarada por um corajoso David Lynch – que se declarou frustrado com o resultado final por conta da manipulação dos estúdios -, e nos quadrinhos assinados por Ralph Macchio e Bill Sienkiewicz, publicados em 1984 nas edições da Marvel Super Special. Acompanhando a possibilidade de definição de uma nova adaptação cinematográfica – após trocar três vezes de diretor, os estúdios responsáveis ganharam um ultimato dos herdeiros do autor -, a editora Aleph lança agora uma nova edição da obra ao público brasileiro.
Com 544 páginas e tradução de Maria do Carmo Zanini, Duna traz o início da saga de Paul Atreides, um jovem que vê sua vida mudar radicalmente após ser obrigado a deixar seu planeta natal para sobreviver ao ambiente árido e severo de Arrakis, o Planeta Deserto. Envolvido em uma série de conflitos, ele se divide entre as obrigações de herdeiro e seu treinamento nas doutrinas secretas de uma antiga irmandade que vê nele a esperança de realização de um plano urdido há séculos. Primeiro volume de uma série de seis livros que revolucionou a história da fantasia, Duna é considerado por críticos e leitores uma das maiores obras do gênero, tendo sido traduzida para 14 idiomas e vendido mais de 12 milhões de exemplares ao redor do mundo, tornando o maior best-seller de ficção científica de todos os tempos.
Para quem deseja ir além do livro original, o blog Grantbrigd Street & Other Misadventures (http://grantbridgestreet.blogspot.com/2008/12/dune.html) publicou uma versão online da HQ. Com 64 páginas, a obra chama atenção não somente pelos desenhos delirantes fiéis ao livro, mas também por marcar uma fase de transição no estilo de desenho de Bill Sienkiewicz, consagrado por seu trabalho em Elektra Assassina.