Segundo ON
Não é todo dia que se tem a chance de assistir nos cinemas locais um forte candidato ao Oscar um mês antes da sua realização. A Rede Social, que estreiou em Passo Fundo recentemente, acaba de se consagrar vencedor do 68º Globo de Ouro não apenas em sua principal categoria, mas também como o longa de melhor roteiro, melhor trilha sonora e melhor diretor, para o veterano David Fincher. Assim, atropelando favoritos como O discurso do rei e A Origem, o filme sobre a criação do Facebook deve chegar com bastante força e certa confiança na disputa ao prêmio da Academia deste ano, que divulga sua lista oficial de concorrentes no dia 25 de janeiro.
Na premiação organizada pela Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood e realizada no último domingo em Beverly Hills, o novo filme do diretor de Clube da Luta se destacou entre os demais. O filme narra as origens de um site de relacionamento social que surgiu em um alojamento universitário e hoje congrega meio bilhão de usuários, fazendo de seu fundador, Mark Zuckerberg, o mais jovem bilionário da história. Zuckerberg não colaborou com a produção, mas o roteirista Aaron Sorkin e o produtor Scott Rudin dedicaram um agradecimento especial “a todo mundo no Facebook e a Mark Zuckerberg por sua disposição em usar a vida e a obra dele como metáfora para a comunicação e para a forma como nos relacionamos”.
A trama por trás da rede
Tendo como pano de fundo a Universidade de Harvard do ano 2003, A Rede Social acompanha Zuckerberg, um jovem estudante vivido pelo ator Jesse Eisemberg, que acaba de ser largado pela namorada. Para se vingar, ele se torna um blogueiro sociopata que destrói a reputação dela e, em seguida, cria ao lado do programador brasileiro Eduardo Saverin, vivido por Andrew Garfield, um aplicativo batizado de Facemash, cujo mote é ranquear e criar uma disputa de beleza entre as universitárias. A invenção o torna popular pela primeira vez. Três amigos geeks o convidam então para ajudar a pôr no ar um projeto pessoal deles: uma rede social universitária em que os cadastrados podem se relacionar sabendo exatamente quem é a pessoa por trás da tela do monitor. Enquanto eles investem no site, Zuckerberg se tranca em seu quarto e, num belo copia e cola, pega os elementos dos colegas e os aprimora para aquilo que se tornaria o seu The Facebook, um hit instantâneo em Harvard e agora um fenômeno mundial.
A história verdadeira de um jovem que se torna bilionário aos 23 anos já seria boa por si só, mas com a direção de David Fincher e as boas atuações de uma nova safra de atores, tem munição suficiente para ganhar todos os troféus que aparecerem pela frente. Atual não apenas por ser basicamente sobre a internet, mas também por abordar questões pertinentes como o bullying virtual e a falsa sensação de poder que o meio virtual pode criar, o premiado longa traz ainda uma narrativa não linear que mescla cenas do passado com o presente e prende o espectador até o último minuto de uma trama que todos sabemos como termina.