Segundo ON
Apenas como ator, Clint Eastwood já seria uma das figuras mais talentosas do último século. Mas ele foi além, mergulhando no complexo universo da direção. Após uma década de ouro nesse meio - com filmes como Menina de Ouro, Cartas para Iwo Jima, Gran Torino e Invictus -, ele inicia esta nova fase com o pé direito, do alto de seus 80 anos. Além da vida, grande estreia desta semana nos cinemas passo-fundenses, se trata de mais uma grande produção de tema ousado assinada com a coragem de um ator que sabe que se garante.
Indicado ao Oscar na categoria de melhores efeitos especiais graças à elogiada cena do tsunami na Indonésia - acontecimento ao redor do qual gira uma de suas tramas -, o filme apresenta três histórias para falar de vida após a morte. Fugindo com maestria de cair em um viés religioso, o filme aborda a temática que está em alta de forma objetiva, tentando mostrar apenas que “a perda valoriza a vida e aproxima os vivos”, nas palavras do próprio Eastwood. A trama de costura momentos passados em São Francisco, Londres e Paris. Depois de uma experiência de quase-morte na Tailândia, uma jornalista retorna à França para se descobrir mudada para sempre. Enquanto isso, em São Francisco, o operário de usina de açúcar George Lonegan sofre pressão de seu irmão para voltar às lucrativas leituras mediúnicas de seu passado. Em Londres, o menino Marcus sofre a perda do irmão e a separação da família, com a mãe em tratamento para se livrar da dependência de drogas. Estrelado por Cécile de France, Jay Mohr e Matt Damon, com quem o diretor trabalhou em Invictus, o filme permanece em cartaz ao longo da próxima semana.