Segundo ON
Como criar bem um filho? Essa é uma pergunta que não depende de quantos indivíduos formam uma família ou qual orientação sexual eles têm. É claro que, até algum tempo atrás, essas variavéis nem mesmo existiam dentro do conceito oficial de família, mas hoje em dia é impossível pensar sobre isso sem levar em conta as mães solteiras, os pais solteiros, as separações que transformam uma família em duas e todas as questões que vêm junto com uma maior aceitação da homossexualidade no mundo inteiro. Nesse sentido, Minhas mães e meu pai é impecável em mostrar que a essência familiar não se modifica assim facilmente: os problemas conjugais são os mesmos e a criação dos filhos é igualmente difícil à de uma “família modelo”.
Elenco convincente
Jules e Nic são um casal compreensivo, mas que jamais entende realmente seus filhos – cheios de dúvidas, creem fazer o melhor, mas nem sempre se saem bem. O único porém: trata-se de um casal de mulheres. Duas mães lidando com problemas, sentimentos e emoções como qualquer ser humano perante o desafio de ser responsável por outro. Dirigida por Lisa Cholodenko, a comédia tem grandes atuações que ajudam a criar um ambiente convincente em meio a tantas situações ainda dificilmente aceitas pela maioria. Além de Julianne Moore, Mia Wasikowska e Josh Hutcherson, o elenco conta com Annette Bening, indicada ao Oscar de melhor atriz, e Mark Ruffalo, concorrendo ao prêmio de melhor ator coadjuvante. Mais que isso, o filme de tema complexo e delicado briga de igual para igual com os nove outros indicados ao prêmio de melhor filme.
Nova versão do velho triângulo
O ponto de conflito em Minhas mães e meu pai surge quando os dois filhos de Jules e Nic, concebidos por inseminação artificial, decidem buscar os dados do doador por já terem idade suficiente para solicitar à clínica médica essa informação. Assim eles descobrem Paul, um dono de restaurante que vai entrar em suas vidas e colocar a ordem da família em desarranjo. Soando, num primeiro momento, como uma ameaça, ele traz novas perspectivas a todos os membros da família e faz com que o filme funcione como uma análise sincera dos tempos atuais. Envolto num tom de comédia leve e sensível, porém sem fugir da responsabilidade de expor na tela uma discussão necessária, Minhas mães e meu pai estreia nos cinemas de Passo Fundo como mais uma boa opção para antecipar a cerimônia do Oscar e torcer com motivos no dia 27 de fevereiro.
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