Brasil animado

Animação norte-americana do mesmo diretor de A Era do Gelo oferece imagem do país sob uma ótica mais leve

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 Não que seja ruim o fato de o Brasil utilizar o cinema para mostrar suas mais duras verdades - do mesmo modo como fazem outros países sem que no entanto a gente se dê conta - mas quem queria que o mundo visse o país com outros olhos vai gostar de ver Rio. Animação dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha, que há 20 anos tenta a carreira nos Estados Unidos e nos últimos tempos vem conseguindo espaço com o sucesso da trilogia A Era do Gelo, o novo filme da Twentieth Century Fox mostra toda a exuberância de cores, ritmos e espécies que o Brasil possui, elegendo como grande símbolo o Rio de Janeiro. Ambientada durante o Carnaval, a história apresenta Blu, uma arara azul que nasceu aqui mas foi capturada na floresta e acabou indo parar na fria Minnesota, Estados Unidos. Um dia, um ornitólogo diz que ele é o último macho de sua espécie e que deseja levá-lo de volta ao Brasil para que ele acasale com a última fêmea viva. É aí que ele conhece Jade, uma arara de espírito livre que bate de frente com Blu logo que o conhece. Quando o casal é capturado por uma quadrilha de venda de aves raras, eles ficam presos por uma corrente na pata - é quando precisam unir forças para escapar do cativeiro.
     Além de fazer jus à beleza, alegria e agitação que caracterizam o país, o filme ainda faz interessantes referências e homenagens. O peculiar casal acorrentado lembra Os 39 Degraus, de Hitchcock, a cena em que fogem da favela lembra a cena da galinha em Cidade de Deus, e ainda há espaço para Carmem Miranda, lembrada no chapéu de frutas do cachorro Luiz. É assim, num inocente filme de animação para crianças, que o mesmo país que vai sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas vai equilibrando sua imagem e provando que, como qualquer outro lugar do mundo, tem insistentes defeitos e incríveis qualidades.

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