Diga olá para os mutantes

X-Men: Primeira Classe estreia hoje trazendo os primórdios dos quadrinhos de 1963 em adaptação competente

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Marina de Campos

Os raios, as garras, as asas, os uniformes e os superpoderes deles podem até passar uma outra ideia à primeira vista, mas fique sabendo que os X-Men tratam-se de uma das melhores e mais sérias metáforas criadas até hoje para questionar a discriminação racial e a desigualdade social. Se incialmente a história em quadrinhos criada por Stan Lee e Jack Kirby não tinha esse objetivo,  ao longo do tempo ela se consolidou por mostrar um mundo fictício em que um súbito salto evolucionário faz surgir uma “raça” de super-humanos, mutantes portadores do gene X. Automaticamente passam a ser discriminados pela mesma sociedade que defendem em suas aventuras, tensão essa levada ao extremo pela parcela de mutantes que usa seus poderes para fins criminosos.  Ou seja: nada muito diferente do mundo real. E é nesse impasse que se concentra X-Men: Primeira Classe, quinto filme da franquia que iniciou a febre das boas adaptações de HQS aos cinemas nos anos 2000, e que chega hoje aos cinemas do mundo inteiro trazendo uma continuação no mínimo competente. Ambientado em 1963 - mesmo ano do surgimento da revista -, o longa faz uso de cenários, figurinos e acontecimentos históricos sessentistas para oferecer ao expectador-leitor a dose de nostalgia que a produção merece. Com a volta de Bryan Singer à equipe (diretor de X-Men 1 e 2 ) como co-roteirista e produtor,  a história parece estar a salvo, concentrando-se na primeira equipe de mutantes recrutada pelo professor Charles Xavier e a relação deste com Erik Lehnsherr,  o Magneto. Amigos nos primórdios do título, eles se tornam inimigos depois que Magneto decide lutar contra os humanos e passa a ser um dos grandes vilões dos X-Men. Pelo que já foi divulgado do filme, é possível notar a preocupação com a fidelidade à história original, desde os personagens da época bem interpretados por atores como James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence e Kevin Bacon, até as bem pensadas menções a outros personagens do universo mutante, ou ainda a revelação do surgimento de ícones como o Cérebro, a Sala de Perigo e o Pássaro Negro. Em meio a tantas adaptações, apenas uma coisa é certa: quem gosta de X-Men vai se sentir bem próximo das páginas dos gibis com esse novo esboço de um dos mais geniais universos dos quadrinhos.

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