Besouro Verde

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por Daniel Dalpizzolo @dandalpizzolo / [email protected]

Quando mencionado o gênero “filme de herói”, a primeira imagem que pipoca do imaginário popular é a de algum galã fortão e mascarado lutando contra a criminalidade urbana e salvando belas mulheres das garras de uns vilões tiranos, malucos e inconsequentes. Certo? Pois em contraponto a todos os Batmans, Homens-Aranha e Supermens vistos até hoje, uma leva de filmes de heróis sem caráter e amorais vem surgindo com um novo conceito de gênero, levando o politicamente correto até onde é possível levá-lo no cinema mainstream. É o caso do irreverente Kick Ass, dirigido por Matthew Vaughn, e deste Besouro Verde, que mesmo em menor escala (ao contrário de Kick Ass, uma produção independente, feita sem qualquer dinheiro de estúdios) traz em seu projeto uma ideia muito firme de subversão. A começar por sua origem: um remake de uma série de TV fracassada dos anos 60 adaptado e protagonizado por um dos mais prolíficos atores cômicos da nova geração, Seth Rogen, o gordinho simpático e hilariante de comédias como Ligeiramente Grávidos e Superbad.

Em seu primeiro trabalho com filmes-pipoca, o cineasta indie Michel Gondry, de Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, foi o responsável por fazer o filme sair do papel. A miscelânea, apesar de curiosa, apontava para um fracasso retumbante, mas a verdade é que, para além de todos os problemas do filme (e são muitos), há muita diversão e uma charmosa excentricidade espalhadas por esta história de um playboy babaca que resolve causar na cidade construindo a imagem de um heroi grosseiro e que combate a criminalidade na porrada. Um heroi a ser temido por todos.   

A falta de caráter de seu protagonista é a grande atração de Besouro Verde, e gera momentos interessantes especialmente nos esforços de seu protagonista em usar o legado de seu pai, jornalista recém falecido, para construir essa imagem. Se mesmo assim não chega ao nível politicamente incorreto de um filme como Kick Ass, ao menos garante boa diversão nos momentos em que Gondry deixa de lado suas ideias visuais bestas e resvala no simples prazer da ação boçal.

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