Clima quente exige monitoramento da lavoura

Condições facilitam o aparecimento de doenças fúngicas. Aplicação do nitrogênio também merece atenção

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Leonardo Andreoli/ON

A inversão térmica da última semana é motivo de alerta para os produtores rurais. O clima quente e úmido é favorável ao aparecimento de doenças causadas por fungos. As chuvas concentradas também prejudicam o desenvolvimento das plantas. O nitrogênio aplicado na base foi lavado do campo. Nos próximos dias é recomendada a aplicação do nutriente, além de o produtor ter de reservar uma parte do produto para as aplicações posteriores que garantirão um melhor desenvolvimento dos grãos.

O produtor rural teve dificuldades para implementar as lavouras nesta safra em decorrência das condições climáticas desfavoráveis. Dias consecutivos de chuvas e posteriormente geadas em sequência atrapalharam o trabalho. Agora, uma inversão térmica é que deixa os produtores em alerta. Há uma semana as temperaturas registradas eram de 0°C e passaram para mais de 20°C nos últimos dias. O engenheiro agrônomo da Emater Regional de Passo Fundo Cláudio Dóro destaca que nas lavouras tem sido observado o amarelecimento das plantas. “Isso se deve ao excesso de chuvas e as geadas fortes. As lavouras estão necessitando da aplicação com urgência do nitrogênio em cobertura – uréia ou sulfato de amônio”, pontua.

O calor não chega a ser prejudicial porque o trigo plantado mais recentemente precisa de umidade e calor para emergir com mais facilidade. “Agora para o trigo que foi plantado mais cedo o ideal é que parasse de chover, se fizer dois dias de sol é possível o produtor entrar com as máquinas e fazer a aplicação de nitrogênio. Isso está atrasando os tratos culturais”, explica.

Amarelecimento

O amarelecimento é um sintoma da deficiência de nitrogênio. Dóro destaca o nutriente se perdeu em função da alta quantidade de chuva. “O agricultor tem que monitorar a lavoura. O primeiro cuidado é a aplicação do nitrogênio. Nas áreas plantadas há uma semana tem que fazer o controle das invasoras. No mais tem que monitorar porque o clima quente e úmido é propício ao surgimento de moléstias fúngicas, principalmente o oídio e a ferrugem”, reitera.
O agrônomo e PhD em genética André Cunha Rosa, da Biotrigo, reforça que o produtor deve fazer uma boa aplicação de nitrogênio na lavoura. Porém, não pode esquecer de reservar parte do insumo para as aplicações posteriores conforme recomendações técnicas disponíveis no site www.biotrigo.com.br. Uma aplicação do nutriente no período de pré-espigamento – ou de emissão da folha bandeira – é fundamental para garantir a qualidade do grão.

Lugares baixos

O excesso de chuva pode prejudicar ainda a germinação das sementes em lugares mais baixos da propriedade. “O excesso de chuva logo após o plantio nunca é bem vindo porque causa a erosão de solo. A terra foi mexida e a precipitação causa a lavagem do adubo”, conclui Dóro.

Gostou? Compartilhe