O vermelho sangue das roupas e os coturnos no lugar das sapatilhas denuncia o espírito do espetáculo Cabanagem: baseado numa das mais violentas batalhas que o Brasil já protagonizou em seu território, o Corpo de Dança do Amazonas busca na dureza e na agressividade desse capítulo da história a sua linha de expressão, num movimento contrário ao que comumente se espera de um espetáculo de dança. Circulando pelo país dentro da programação do Sesc Palco Giratório, Cabanagem relembra a batalha de mesmo nome na qual negros, índios e mestiços se insurgiram contra a elite política regencial. Para a criação do trabalho, Mário Nascimento, de São Paulo, pesquisou a literatura de Márcio Souza, historiador manauara, captando o espírito e transpondo para o palco. “É um trabalho que exige muito dos intérpretes. É preciso estar de corpo e alma no palco, bem atentos para acompanhar os movimentos”, ressalta Carla Lee, produtora do Corpo de Dança do Amazonas, que conta com direção artística de Monique Andrade e Getúlio Lima. Formado por 16 integrantes, o Corpo de Dança do Amazonas existe desde 1998, e já chegou a representar o Brasil na França com o Grito Verde, coreografia de Ivonice Satie. Vencedor do Prêmio Klauss Vianna, da Funarte, Cabanagem tem apresentação em Passo Fundo nesta sexta-feira, 23, às 20h, no Teatro do Sesc.
Cabanagem
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