Se Aline Kominsky fosse uma feminista ferrenha, provavelmente se sentiria ofendida por ser comumente rotulada como a mulher de Robert Crumb. Como Aline é um das figuras mais loucas, livres e escandalosas que o mundo já viu, ela simplesmente não dá a mínima. Ciente do prazer e jamais do peso de ser a esposa de uma lenda viva dos quadrinhos, ela carrega o orgulho no próprio sobrenome e aparece como co-autora em algumas das histórias mais divertidas do ícone underground, como as que aparecem no álbum biográfico Minha Vida, publicado no Brasil pela editora Conrad. E é também pela Conrad que sai agora o álbum solo de Aline, intitulado Esssa bunch é um amor (apelido carinhoso dado por Crumb), onde estão reunidas histórias variadas sobre infância, perda da virgindade, fase hippie, casos amorosos e a vida de casada, criando uma verdadeira autobiografia marginal. É quase dispensável dizer que a autora é extremamente polêmica pelo teor de suas obras. Por outro lado, é interessante ressaltar que a artista iniciou sua carreira ainda nos anos 1970 e influenciou gerações de quadrinistas, mostrando ser muito mais do que uma simples esposa. Apesar da franqueza por vezes obscena com que descreve sua própria vida, ela é um hoje respeitada como um dos maiores nomes dos quadrinhos norte-americanos. O álbum tem 160 páginas e custa R$ 49,90.
Muito prazer, Sra.Crumb
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