Criticado por alguns pelo clima de revival e pelas muitas referências a obras anteriores, Gigantes de Aço tem nestes elementos justamente o seu mérito. Ao render homenagens a Rocky, clássico imbatível e insubstituível do mundo do boxe, o longa recém-estreado nos cinemas brasileiros mostra humildade e consciência de sua condição de simples “inspirado” perante a grande inspiração. Sua atmosfera, apesar da trama futurista, lembra os filmes de aventura e ficção científica dos anos 1980 e 90, num clima de relação pai e filho que o torna ainda mais simpático e nostálgico. Para quem espera exatamente isso - com ótimos efeitos visuais e um pouco de ação como brinde -, Gigantes de Aço é uma boa opção. Trazendo de volta às telas o ator australiano Hugh Jackman pela primeira vez após X-Men Origens: Wolverine, de 2009, o longa dirigido por Shawn Levy gira em torno de Charlie Kenton, um ex-lutador frustrado e decadente desde que sua carreira acabou pela proibição do boxe entre humanos e sua substituição por gigantescos robôs, em pleno ano de 2020. Pilantra por necessidade, ele se sustenta com lutas clandestinas, mas as coisas mudam quando seu filho Max aparece logo após a mãe ter falecido. Obrigado a mudar de rotina e ainda contrariado com a novidade, Kenton se rende quando ele e o filho acabam descobrindo um robô abandonado e decidem lutar para transformá-lo em um sucesso dos ringues. Logo surgem outras referências, como Falcão - O Campeão dos Campeões, pela relação dos dois, e ainda o tocante desenho animado de 1999, O Gigante de Ferro, pelo contato amigável entre humano e robô. Sucesso de bilheteria nos Estados Unidos, o filme tem excelentes “padrinhos”: baseado na obra do escritor Richard Matheson, famoso pelos contos de ficção científica, Gigantes de Aço carrega um nome de peso em sua produção: Steven Spielberg. Levando tudo isso em conta, fica fácil escolher assistir ou não.
VEJA TAMBÉM