Difícil entender por que uma adaptação que visivelmente não deu certo ganha uma continuação, mas num tempo em que sequências são praticamente uma regra em Hollywood a existência de Motoqueiro Fantasma 2 - Espírito de Vingança quase se explica. Quase, porque a sua decaída de qualidade em relação a um primeiro filme já fraco e artificial faz com que a produção seja nada além de uma vergonhosa perda de tempo. Uma pena se tratando da tentativa de adaptar para o cinema um dos personagens mais controversos do universo dos quadrinhos Marvel, com sua espécie de dupla personalidade e possibilidade de artifícios visuais empolgantes. Se em 2007 Nicolas Cage não recebeu elogios por sua atuação, desta vez ele ganha críticas ferrenhas de todos os lados, pelo modo caricato e exagerado como voltou à pele do personagem Johnny Blaze. Desta vez o público o reencontra escondido na Romênia nove anos após se transformar no Motqueiro Fantasma, buscando controlar sua maldição afastando-se da maioria das pessoas. Ele leva uma vida solitária, até ser contatado pelo padre Moreau, que diz ter um modo de salvá-lo de seu “problema” se ele conseguir resgatar o jovem Danny e sua mãe das garras do Diabo. No lugar do tom quase infantil de antes, há agora uma atmosfera trash que não convence apesar dos traços mais firmes e o ritmo acelerado. Apesar de tudo, o filme em cartaz em 3D pode agradar quem desconhece os quadrinhos e quer ação sem grandes exigências.
Quadrinhos
Criado em 1972 por Roy Thomas e Gary Friedrich, o Motoqueiro Fantasma é um espírito que se apossa do motociclista Johnny Blaze depois que ele faz um acordo com o demônio Mefistofelis com intuito de salvar seu pai adotivo. A partir de então, o Motoqueiro surge após o pôr-do-sol e se auto-intitula o Espírito da Vingança, perseguindo todos os bandidos e criminosos que considera “pecadores”.