Livro Festa no Covil traz "narcoliteratura"

Título de estreia de jovem autor mexicano surpreende pela crueza e agilidade

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Definido como uma espécie de “Pequeno Príncipe” do submundo do narcotráfico, Festa no covil chega ao Brasil pela editora Companhia das Letras depois de uma trajetória de inesperado sucesso ao redor do mundo. Cru e ousado como poucos, o livro do escritor estreante Juan Pablo Villalobos não tinha nada além de um boa história, o que às vezes é pouco para convencer o mundo editorial. Chegou à editora espanhola Anagrama sem as indicações de praxe nem o carimbo de concursos literários, mas agradou ao mais respeitado editor da Espanha e foi publicado ainda em 2010, sendo traduzido para 13 idiomas e ganhando elogios vindos do mundo todo. E tudo se deve à criatividade do autor em escolher como narrador o filho de um poderoso chefe do narcotráfico mexicano, que reconta sem disfarces ou filtros morais o que presencia da vida íntima de seu pai. Breve e incisivo ao revelar a face mais violenta da realidade do país, que desde 2006 vive em estado de guerra contra o poder do narcotráfico, somando mais de 40 mil vítimas dos conflitos. Em contraponto à crueza do mundo adulto, o livro revela uma dimensão infantil através dos olhos do menino que tem suas próprias preocupações, como colecionar chapéus e palavras difíceis e pesquisar sobre samurais, reis da França e animais em extinção. Com apenas 96 páginas, a edição de Cia das Letras já está à venda nas livrarias por R$ 29,90.

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