Na natureza selvagem

Filme nacional do momento, Xingu estreia com elogios pela qualidade e fidelidade histórica

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Para fazer de Xingu um filme interessante, Cao Hamburger não precisou inventar nada. O cenário não poderia ser mais épico, grandioso ou visualmente impactante; a história real de três irmãos que largam a comodidade das próprias vidas para se arriscar por territórios jamais desbravados é uma aventura pronta e, definitivamente, os laços que surgem e dilemas que se formam a partir disso constituem com perfeição um roteiro cinematográfico. Não que isso tenha tornado a experiência mais fácil: elogiado pela qualidade da produção, pela fidelidade histórica e pela condução dramática e narrativa acertada, o diretor acabou por fazer desse arriscado desafio um dos filmes brasileiros mais bem recebidos dos últimos anos.

Com um elenco de peso formado pelo experiente Felipe Camargo, o jovem e sempre talentoso Caio Blat e a grande revelação e destaque do filme, o ator João Miguel, Xingu estreia hoje em Passo Fundo trazendo a história dos irmãos Villas-Bôas, responsáveis pela criação do Parque Nacional do Xingu. Ambientado nos anos 1940, o longa mostra a decisão dos três de encabeçar um programa do governo que pretendia explorar a região centro-oeste do Brasil esperando apenas por uma aventura, e a incrível realidade com que se deparam ao entrar em contato com povos indígenas até então desconhecidos. A construção da personalidade do três distintos personagens e a dinâmica da relação entre eles é um dos trunfos do filme, que encontra sua outra grande qualidade ao mostrar de forma genuína e verossímil a transformação que se dá na mente e nos ideais de cada um. O impacto de uma realidade assim tão distante faz com que os irmãos Villas-Bôas façam da questão indígena uma causa pessoal, iniciando um trabalho que até hoje protege aqueles que são os primeirose mais legítimos habitantes do país.

Apesar da grandiosa dimensão histórica do enredo e da seriedade do tema, Xingu propõe conteúdo, mas também entretenimento. “Desde o começo, o desafio era tentar fazer um filme que entretenha, emocione e atinja um público maior – mas que ainda mantenha a seriedade do assunto”, afirma o diretor Cao Hamburger, que pelo sucesso inicial, conseguiu atingir seu objetivo

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