Vingança pop

Depois de voltar à mídia ao ser símbolo de protestos norte- americanos, V de Vingança retorna às bancas nacionais pela Panini

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Depois que a mítica máscara de Guy Fawkes apareceu estampada na capa de alguns dos maiores jornais do mundo, foi como se de repente V de Vingança voltasse à vida. De uma hora para outra, todos queriam saber de onde havia saído a estranha face que os protestantes do movimento Occupy Wall Street  elegeram como sua, aparecendo repetidamente nas fotos que registravam e divulgavam esses e outros protestos contra o establishment em metrópoles como Nova York, Londres, Atenas, Rio e Moscou. Retirada da clássica história em quadrinhos V for Vendetta, a ideia agradou até o próprio autor, o controverso britânico Alan Moore. “Quando estava escrevendo V de Vingança pensava no fundo do meu coração: ‘Não seria ótimo se essas ideias tivessem impacto?’. Então quando você começa a ver a fantasia indolente invadir o mundo real... isso é peculiar. Sinto como se um personagem que criei há 30 anos de alguma forma escapasse do mundo da ficção”. Consolidada também como um dos símbolos do movimento Anonymous, a máscara e a HQ se tornaram mais atuais do que nunca, despertando rapidamente o tino editorial da Panini, que não demorou para anunciar uma nova edição do clássico há muito esgotado no Brasil.

Em pré-venda em sites especializados e com previsão de chegada nas bancas para os próximos dias, a nova edição é semelhante à versão publicada pela editora em 2006, e não a Absolute - versão definitiva lançada nos Estados Unidos -, como alguns fãs esperavam.  Originalmente publicada durante a década de 1980, a obra assinada por Moore e ilustrada por David Lloyd conta a história de V, um misterioso personagem de passado obscuro e tendências anarquistas que promove uma campanha terrorista com o objetivo de derrubar o governo totalitário da Inglaterra em uma realidade futurista, usando sempre uma máscara em alusão a Guy Fawkes, famoso conspirador inglês do século 17. Considerada uma das obras mais emblemáticas do autor - que também escreveu Watchmen e A Liga Extraordinária - a HQ ganhou ainda mais fama em 2006, quando foi adaptada para o cinema com atuações de Hugo Weaving e Natalie Portman. Ao contrário de sua reação em relação à apropriação do espírito da obra em manifestações contemporâneas, Moore não aprovou o filme e chegou a pedir que seu nome fosse retirado dos créditos da produção. Atual e profundamente inspirador mesmo após tanto tempo, V de Vingança retorna em breve em uma edição colorida de cerca de 300 páginas pelo generoso e bastante surpreendente preço de capa de R$ 24,90.

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