Aqui pode fazer barulho

Oficina de percussão do Sesc chega ao fim com apresentação pública

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Todo mundo sabe que a música é libertadora, mas poucas experiências são mais específicas nesse sentido do que se encontrar em um lugar repleto de instrumentos e ter total liberdade para tocar, bater e experimentar: ali, por um raro momento, ninguém vai te mandar parar. Na oficina A Pangeia de Sons: O Universo Percussivo, que terminou esta semana no Sesc Passo Fundo, a ordem era fazer barulho. Ministrada pelo experiente percussionista Marcelo Pimentel, a oficina aconteceu em seis ocasiões ao longo do mês de maio, e encheu o Teatro do Sesc de vida ainda que o grupo de participantes fosse bastante pequeno. Como que reproduzindo uma miniatura desse enorme universo musical, o músico trouxe diferentes ensinamentos e experiências para o grupo heterogêneo que se formou durante os ensaios. Se de um lado dois jovens equilibravam a cena, do outro se encontravam mulheres e senhoras com surpreendente curiosidade e determinação. Para completar o desenho, duas crianças se divertiam como se estivessem em uma espécie de paraíso infantil onde expressões como “pare” e “shhh” simplesmente tivessem ficado para trás. Foi através delas que Pimentel foi revelando a história e a maneira de tocar instrumentos e ritmos como o samba de roda, o samba reggae, o coco, o maracatu, o ijexa, o jongo e outros ritmos africanos e afro-riograndenses.  Mais que isso, transmitiu ensinamentos simples, quase despretensiosos, que surgiam em uma metáfora ou outra durante os ensaios. Esse, a propósito, era justamente o objetivo da oficina: levar ao público o lado terapêutico da roda de tambores,  promovendo assim humanização, inclusão e emancipação através da cultura. Na última aula, realizada na terça, 29, o músico confeccionou um berimbau - o bambu verga mas não quebra, porque é flexível, por isso na vida é melhor ser flexível -, trouxe um curioso instrumento de som quase mágico - um metalofone javanês! -, e coordenou os últimos ensaios do grupo para a apresentação pública realizada no dia seguinte, dentro das atividades do Sesc para o Dia do Desafio. Aos poucos, o movimento de uma dezena de tambores de diferentes sonoridades foi se transformando em música e mostrando que basta querer para fazer parte desse universo.

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