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Primeira manhã de show para as escolas foi marcada pela histeria e o assédio do público infanto-juvenil

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A expressão pode até soar estranha, mas não existe outra definição melhor para esse misterioso padrão de comportamento que se espalha por Passo Fundo sempre a partir do terceiro dia de Festival. Assim como a “beatlemania” dos anos 60 ou a “biebermania” da atualidade, a “festivalmania” segue os sintomas do distúrbio maníaco que se caracteriza por: insônia, perda do senso crítico, grandiosidade, agitação, loquacidade e extrema euforia. Psiquiatras detectariam facilmente alguns focos sob a lona do Circo da Cultura na manhã desta segunda-feira, quando aconteceu a primeira apresentação do evento voltada ao público das escolas do município e da região.

Como a atividade abrange estudantes de todas as idades, boa parte da plateia escapava do perigoso distúrbio: as crianças menores nas primeiras fileiras de cadeiras, por exemplo, assistiam a tudo sem parecer entender direito o que estava acontecendo ao redor, ainda que adorassem o que viam e agitassem suas bandeirinhas em sinal de aprovação.  Algumas, de tão pequenas, não resistiam à sonolência entre uma apresentação e outra, mas passavam do torpor à empolgação em questão de segundos.

O mesmo não se pode dizer dos jovens que lotaram as arquibancadas laterais e não deixaram de agitar nem por um minuto. Após a passagem de Bolívia, Costa Rica e Espírito Santo pelo palco do Festival, houve um momento especialmente preocupante. Uma gritaria sem precedentes começou em algum ponto do topo das arquibancadas e foi se espalhando pelo lugar como uma típica “ola” mexicana, enquanto algumas pessoas entravam e caminhavam em direção ao centro do tablado. Seria Harry Potter em pessoa? Bella e Edward, os vampiros celebridades de Crepúsculo? Lady Gaga rodeada de dançarinos sinistros? Katy Perry? Luan Santana? O próprio Justin Bieber? Não, eram os turcos! Um grupo de meninas gritava e se escabelava com desespero encenado, se divertindo com a palhaçada, e conseguindo até despertar a atenção e alguns sorrisinhos discretos dos dançarinos.

Os meninos, que até ali já tinham visto muitas saias coloridas e penetrantes olhares latinos, achavam graça enquanto procuravam mais sutilmente os belos rostos das artistas em meio aos véus apertados. Ao fim do espetáculo da Turquia, o último da manhã, a tietagem foi ainda maior. Dividindo o corredor principal do lado de fora da lona, adolescentes e estrangeiros interagiam entre abraços, autógrafos, câmeras fotográficas e estratégicos surtos de vergonha. E dizem que esse pode ser apenas o começo, então fica o alerta. Se você é jovem e vai participar, cuidado: a “festivalmania” está no ar.

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