Festival de Folclore: seni yakalamak istiyom

ou ?EURoeai, se eu te pego!?EUR? em turco

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Três jovens se aproximam da barraquinha de kreps suíço. Depois de posicionados bem em frente às máquinas, um deles olha para o cardápio ao fundo e pergunta alguma coisa totalmente incompreensível para o atendente, que não sabe o que fazer além de rir. Todos riem, inclusive a moça do caixa, os clientes em volta e os três dançarinos turcos que desejam apenas pedir um kreps sabor “cuêju” – um deles parecia querer na verdade um de chocolate preto, mas o queijo soou mais fácil de pronunciar. A comunicação não é das melhores, mas o dinheiro entra e o kreps sai poucos minutos depois, deixando ambos os lados satisfeitos. Esse trio é o mesmo que, na tarde desta terça-feira, parou quem estava nas redondezas das escadas rolantes do segundo andar do Bella Città Shopping cantando, dançando e convidando o público a participar da oficina de conversação da Turquia.

Ali um deles dançava suas danças típicas, mas já no corredor a caminho da sala de eventos fazia a coreografia do sucesso sertanejo “eu quero tchu, eu quero tcha” com incrível desenvoltura, provando que alguns controversos fenônemos da nossa música popular se tornaram mesmo universais. Também é ele quem sabe cantar o hit “Ai, se eu te pego” em português quase fluente, assim como a versão em inglês. Com a ajuda do intérprete Mateus Kellermann, ele escreve em um bloco como seria o nome da música em turco, o que se transforma em “seni yakalamak istiyom”. Mateus, que se comunica apenas em inglês com os dançarinos, conta que o grupo é certamente um dos mais animados, e que até já aprendeu algumas palavras em turco por conta das brincadeiras que eles costumam fazer entre si. “Tem um ritual divertido que é o seguinte: se um deles grita ‘kirmizi’ (vermelho), os outros respondem ‘beyaz’ (branco), que são as cores da bandeira.

Então perguntam ‘quem é o melhor?’ e todos gritam ‘Türkiye!’”, conta o intérprete. Ao perceber do que ele está falando, um dos artistas pede para que façam a versão brasileira da brincadeira. Quando Mateus grita “amarelo”, todos param e gritam em resposta “verde”, então Mateus pergunta quem é o melhor e eles respondem prontamente: “é o Brasil!”. A descontração permaneceu durante a oficina, que permitiu ao público conhecer melhor sobre a cultura do país, além de matar a curiosidade sobre vários aspectos. Uma, por exemplo, era sobre casamento. “Como é lá, vocês casam com várias mulheres?”, o que fez com que, assim que fosse traduzida, provocasse gargalhadas dos homens e sinais negativos das mulheres. “No, only one!”, responde um deles. Mais tarde, o grupo turco foi responsável por encerrar a noite no Circo da Cultura.

¡Todos invitados a Panamá!


Antes da Turquia, porém, foi a delegação do Panamá que encantou o público com uma impecável apresentação de um panorama de sua cultura para o público presente. Utilizando um mapa, alguns slides na tela e a participação de inúmeros artistas, cada um responsável por um segmento diferente, o Grupo de Danças e Projeções Folclóricas Andres Valiente conversou com todos em espanhol, revelando assim não somente as peculiaridades do idioma no Panamá, mas também o diferente modo de falar de cada artista. Os dançarinos falaram de temas como o Canal do Panamá, a Zona Livre de Colón, a economia, o turismo, o clima e as festas típicas, entre elas o carnaval da cidade do Panamá, muito semelhante ao espetáculo carioca mas em menores proporções. “Están todos invitado a Panamá!”, encerrou a conversa o coordenador do grupo. De repente, levantaram-se e improvisaram um baile panamenho ali mesmo, arrastando o público para dançar - inclusive a jornalista que aqui escreve. Será uma mostra do que vem por aí, com a cobertura das oficinas estrangeiras bem no meio da praça da alimentação do Bella Città?

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