Gaúchos por um dia

No sábado de manhã, artistas da Bolívia e da Argentina aprenderam danças gauchescas e provaram chimarrão

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Pezinho com ares de tango, maçanico com cara de bailecito boliviano: assim foi a fria manhã de sábado no palco do Festival de Folclore. Numa das atividades mais interessantes do evento, grupos estrangeiros participaram de oficina de danças gauchescas e aprendem a fazer chimarrão. Por volta das 10h, integrantes das delegações da Bolívia e da Argentina deixaram pra trás sua própria bagagem de dança e conhecimento para receber ensinamentos básicos da cultura do estado e levá-la aos seus países de origem. Relaxados e dispostos a se divertir, descobriram ritmos de salão como a vanera e o chamamé, além de clássicos de competição como o pezinho, o maçanico e o xote carreirinha. “Eles pegaram muito rápido, pois são dançarinos com larga experiência, então o maior desafio foi mesmo o idioma”, conta o professor Juliano Queiroz de Paula, que dá aulas de dança gaúcha, chula e dança de salão.

“É um prazer e uma responsabilidade saber que eles vão estar levando o que ensinamos nesse momento, pois eles assimilaram muito bem e se mostrar satisfeitos com as danças, gostaram de aprender”. Passado o primeiro desafio, foram  os artistas que assumiram o papel de professores, ensinando ao outro grupo uma de suas danças típicas. Enquanto a Bolívia compartilhou passos de seu “bailecito”, os argentinos fizeram a alegria das bolivianas ensinando segredos do tango tradicional. O dançarino argentino Jorge Ríos se mostrou tão satisfeito em aprender quanto a ensinar. “Foi muito interessante perceber que existem muitas semelhanças entre todas estas danças, ainda que cada uma carregue o seu próprio sentido. Desde a música até a intenção de cada gesto, tudo enriquece muito o nosso próprio conhecimento. É um intercâmbio fantástico”, afirma Jorge, que quis passar aos bolivianos alguns passos básicos da dança símbolo da Argentina.

“O tango é muito complexo, então o que fiz foi transmitir uma concepção, a ideia do tango”. Para Alessandro Gradaschi, coordenador estadual do Concurso de Danças Gaúchas de Salão, a oficina funciona porque a dança é uma linguagem universal. “Foi muito bom realizar isso no palco do Festival, onde tudo acontece. Eles vão levar pra sempre o que aprenderam aqui, é isso que vai ficar marcado na retina de cada um, por isso buscamos transmitir a pura essência do movimento tradicionalista”, conta. “E tudo funciona bem porque compartilhamos a mesma ideia, essa essência da dança, que é universal”. Ao final da oficina, argentinos e bolivianos seguiram para fora da lona, onde aprenderam a fazer chimarrão. Entre algumas caretas e muita diversão, experimentaram a bebida que é o símbolo máximo da receptividade do povo do sul, levando consigo no corpo e na alma a experiência de ser gaúcho por um dia.

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