Teatro de gente grande

Para uma turma de crianças, integrantes da Cia de teatro Dia indústria da Arte - uma iniciativa da escola Círculo Operário ?EUR" teatro é coisa séria.

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No palco, um fantasma ganha vida. Fora dele, a atriz ganha a oportunidade de mostrar seu desejo: "quando crescer, quero ser atriz". O sonho da pequena Emanuele Sponchiado Sichelero é alimentado na escola, lugar onde geralmente os sonhos começam.

Um espetáculo tem como objetivo apresentar uma situação e despertar sentimentos no público. Para uma turma de crianças, integrantes da Cia de teatro Dia indústria da Arte - uma iniciativa da escola Círculo Operário – teatro é coisa séria. Muito mais do que uma forma de expressão, interpretar proporciona às crianças a oportunidade de evoluírem aspectos de sua formação que, muitas vezes, fogem à educação formal.

Alimentadas por esse aprendizado, as crianças levam ao palco da 26ª Feira do Livro de Passo Fundo a história escrita em 1955 por Maria Clara Machado.  Na peça, Pluft é um fantasminha com medo de gente, que conhece a menina Maribel, raptada pelo malvado pirata Perna-de-Pau. Medo de gente, aliás, é o que os pequenos menos têm. Apesar da pouca idade, eles encaram o palco como gente grande.

Aliás, é como adultos que eles são tratados na companhia que tem como objetivo a formação teatral dos pequenos. Segundo um dos diretores da peça, Iussen Seelig, eles são responsáveis pela cenografia, pelo figurino, pela maquiagem, além de todo o trabalho corporal e de pesquisa. “Muitas pessoas pensam que trabalhar com crianças é fazer teatrinho. Teatrinho não. Teatrinho é para espectadorzinho. Eles são espectadores, são atores. A cobrança é a mesma, a dedicação é a mesma.” Para o professor, é justamente este o diferencial do espaço: “Eles não estão apenas interpretando, o objetivo é que, na formação, eles passem por todo o processo como ator, desde o trabalho corporal, vocal e físico”.

Apesar de toda a cobrança, Iussen garante que ainda mais importante é que as crianças se divirtam. Em uma companhia que trabalha com crianças, jovens e adultos, talvez esse seja o grande desafio.  Para o professor, trabalhar com diferentes faixas etárias não é problema, mas com criança é mais fácil: “pra eles não passa de uma grande brincadeira e isso é o mais divertido”. Brincadeira que se nota facilmente quando as crianças saem do palco e correm para o camarim rindo e já pensando no que poderiam melhorar na próxima apresentação. Satisfeita com a sua apresentação, a pequena Emanuele, protagonista da peça, sorri e afirma: “ficou legal.” Brincar é sempre legal.

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