Uma mala e muitas histórias

Uma mala pode carregar muitas coisas: roupas, calçados, brinquedos. A mala da escritora Índigo carrega histórias.

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Desafiadas, as crianças sobem uma a uma no palco, abrem a mala e tiram um livro. A cada novo livro, uma nova história: um bebê que passa a contar todos os episódios de sua vida, uma freira que transforma alunas em cobras e as coloca em um vidro, princesas trocando cartas, árvores que se apaixonam. Hoje, as histórias da escritora Índigo, batizada de Ana Cristina Ayer de Oliveira, encantam as crianças e provocam curiosidade, mas anos atrás, elas ficavam guardadas em seu diário, fechado com uma chave que a cada dia ganhava um novo esconderijo.

O gosto pela escrita é de família. O bisavô começou a escrever seu diário em 1910 e só parou quando morreu. A menina, então com 14 anos, resolveu colocar suas ideias no papel também. Começou e nunca mais parou: “parece que se eu passar um dia sem escrever vou morrer”, afirma Índigo. Migrou do diário para os blogs e, depois, para os livros, que têm como público alvo crianças e adolescentes. Foram 23 livros no total, entre eles, o apresentado para as crianças na tarde de terça feira, durante a 26ª Feira do Livro de Passo Fundo, A maldição da moleira.

Questionada pelos pequenos a respeito de como surgem suas ideias, a escritora brinca: “minhas ideias sempre surgem quando eu estou lavando a louça, tomando banho ou viajando de ônibus”. As histórias são sempre baseadas em fatos reais, mas o leitor é desafiado e ela garante que ele nunca vai saber o que é realidade e o que é ficção.

Para as crianças, um prato cheio de novas aventuras. Para a escritora, o reconhecimento do trabalho: “eu sempre recebo o retorno dos leitores por email, mas o contato cara a cara faz toda a diferença do mundo”. Contato tão intenso, que levou Helena, de 3 anos, em sua primeira Feira do Livro, a subir no palco e entregar uma lembrança para a escritora: uma bala. Sobre parar de escrever, a autora garante: “só vou parar quando eu morrer ou quando as pessoas pararem de ler meus livros”. Se depender da pequena Helena, Índigo já pode preparar a próxima história.

 

 

 

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