Com o surgimento da escrita, a necessidade de se comunicar ficou evidente. Uma informação, originada em um lado do mundo, não poderia esperar que um mensageiro a levasse ao outro. Era preciso que surgisse um meio mais eficiente e mais rápido. Os chineses foram os pioneiros e, no século VI, criaram a técnica da xilogravura, possibilidade de reprodução de imagem através de um molde.
Na Feira do Livro, além de literatura, quem passou pelas lonas, na quinta-feira, pôde encontrar-se com a origem da literatura produzida em série. Um workshop, ministrado por três acadêmicas do curso de Artes Visuais da Universidade de Passo Fundo e coordenado pela professora Mariane Loch Sbeghen, ofereceu aos participantes uma alternativa à xilogravura tradicional. “Fica muito semelhante à xilogravura. A diferença é que a xilogravura é madeira e esta alternativa é feita com isopor e tinta guache”, destaca Mariane.
Para que se produzam vários é necessário começar com um. Nesse contexto, Clotilde Alves, Solange Viech, Carine Cadore, passaram a tarde em meio à tinta, isopor e crianças. As acadêmicas ensinaram os pequenos a desenhar, pintar no isopor e reproduzir a imagem feita no papel. A técnica usada na Feira do Livro é uma opção mais barata e mais simples para a prática da xilogravura, especialmente nas escolas.
Além da técnica, a reflexão teórica revela a ligação entre arte e literatura: “Acho essencial difundir a arte da xilogravura porque é assim que surge o livro. É importante que, quem passe por aqui, saiba que a partir de uma matriz se faz uma série e é isso que é um livro. A arte, enquanto expressão, sempre esteve liga a literatura”, comenta Mariane.
Renan, Victor e Mariana, todos de 11 anos, ficaram felizes com o resultado obtido. Do mesmo modo que o “paz e amor”, escrito no desenho de Renan, literatura e arte também andam de mãos dadas.