Se neste ano um temível inimigo da Feira do Livro de Passo Fundo não apareceu para a batalha, por outro lado o seu oposto veio com força total: a primeira temporada de calor intenso deste verão chegou junto com o evento, mas acabou derrotado pelo exército de 60 mil pessoas que não se abalaram com isso e compareceram à feira, superando expectativas de público e de vendas. Sem os típicos temporais dessa época nesta edição, o comentário da vez foi mesmo em relação às altas temperaturas que reinaram durante os nove dias de sol e céu azul, aplacadas por armas das mais diversas, entre elas os enormes ventiladores instalados nas entradas, a água gelada e o sorvete, os leques e abanadores por todo lado e, claro, o desabafo de “ai, que calor!”, tantas vezes repetido que até parecia ter algum efeito refrescante.
Para Vânia Rita Grazziotin, presidente da Associação dos Livreiros de Passo Fundo, o calor já faz parte da feira e não chega a afetar o resultado final. “É um fenômeno que afeta todo estado e várias feiras realizadas nessa época. O melhor foi que não tivemos temporal”, observa a presidente, aliviada. “Nossa estrutura é bem protegida e não pode ser modificada ao longo do evento por questões de segurança, mas o público entende, enfrenta o calor e prestigia a feira”. Para ela, a marca de 60 mil pessoas até a estimativa realizada ao meio-dia de domingo é gratificante.
“Superou todas as nossas expectativas, e só temos a agradecer a todos que passaram por aqui”, frisa Vânia, dedicando o sucesso da edição ao trabalho em equipe. “A Associação dos Livreiros de Passo Fundo agradece a todos que colaboraram de alguma maneira, pois só como todo esse apoio é possível realizar uma movimentação tão relevante e tão importante para a comunidade”. Na tarde de domingo, muitas pessoas aproveitaram os últimos momentos da feira para conferir as promoções e assistir às atividades culturais, entre elas as apresentações dos espetáculos A viagem de um barquinho e O Casamento de Hermelinda, que tiveram plateia lotada, além da homenagem realizada por alunos do Cecy Leite Costa à Educadora Emérita Dalva Bisognin. “Estamos felizes com a participação do público, que prestigiou espetáculos como Rindo à Toa na quinta-feira e todas as apresentações do grupo Timbre de Galo”, lembra a presidente.
Os mais vendidos
Contabilizando mais de 30 mil exemplares vendidos ao final da 26ª Feira, o que seria uma média de um livro comprado a cada duas pessoas que visitaram o evento, a semana de vendas teve altos recordes entre os mais vendidos. “Não havia dúvidas de que os livros da trilogia Cinquenta Tons de Cinza estariam no topo da lista, mas o lançamento do terceiro volume nos surpreendeu, pois chegou a esgotar nos estandes da feira”, explicou a livreira, referindo-se ao título Cinquenta Tons de Liberdade. O romance erótico assumiu a frente em uma lista onde também aparecem a Bíblia, O Evangelho segundo o Espiritismo, A conquista da Felicidade, da livraria Seicho-No-Ie, e os livros infantis Cida, A empreguete, O Mundinho sem Bullying, Por que o Elvis não latiu?, Quem soltou o Pum? e A Batalha Temerária contra o Capelobo.
“Entre os livros de autores locais mais requisitados estão Aveia: a história de uma paixão, trabalho e conquista, de Elmar Floss, Sua Majestade o Rei Feio, de Wolmir Tedesco, e Dona Heloísa, de Welci Nascimento e Santina Rodrigues Dal Paz”, registra a presidente.
Sobre as lições desta edição para o ano que vem, Vânia diz que é preciso mais espaço para a plateia. “Queremos dobrar o tamanho da área do palco, pois tivemos dias lotados com as escolas, e precisamos prezar pela segurança e pelo conforto de todos, pois a feira é pública e todos têm direito a participar”, explica, ressaltando que a próxima edição já começa a ser preparada em fevereiro. “O que vem para nós em primeiro lugar é o fator humano, por isso ao ver tanta gente satisfeita o sentimento que nos toma é o de missão cumprida”, conclui a presidente.
