Elas estão no poder!

Uma viagem pelo universo hindu: Exposição de Fábio Zimbres, que retrata as deusas do hinduísmo, segue até dia 30

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Alguns acreditam que, no início dos tempos, o caos tomava conta do mundo. Outros confiam que o homem dominava o caos e, portanto,o mundo estava em suas mãos. Uma terceira visão propõe que a mulher, com feminilidade e delicadeza, se apoderou do caos e do homem, fazendo deles parte de uma dança.  Um balett, talvez. Tocado com piano e flauta.

Assim, ao som da suavidade, nasce a música do balett Mahavidya, de Vagner Cunha. Da ponta da sapatilha ao alto dos coques das bailarinas, uma viagem por dentro da feminilidade do hinduísmo. Mahavidyas são deusas que representam o universo feminino. Ao todo, são dez – o terrível e o doce, de uma ponta a outra. Apesar de dez, a contradição das deusas é guiada por um único coração.  Parvati, a consorte de Shiva – deusa da destruição e da renovação – é quem guia o caminho. As Mahavidyas são, na verdade, como a mulher que, na essência, traz o mistério de encantar a vida. Essa sentença, que inspirou Cunha, concretizou-se, virou um CD duplo e um espetáculo apresentado pelo Brasil.

Vagner se empenhou em dar voz às deusas. Fábio Zimbres dedicou seu empenho em dar imagem. A ilustração do CD vêm das mãos de Zimbres. Do CD, então, para quadros maiores e, por fim, uma exposição. No CD são oito ilustrações que compõe o livreto que faz deusas falarem e serem vistas. Reformuladas e ampliadas, as ilustrações viraram uma exposição. Movimentos da peça de Vagner e da divindade das Mahavidyas se confundem pelos traços de Zimbres. Enquanto a música instiga a um mergulho pelo hinduísmo, a ilustração não deixa que a superfície se aproxime.

Sete das Mahavidyas são forças criativas. Três, destroem. O supremo conhecimento, o mais alto nível de sabedoria e revelação de toda a proposta da vida dividido em dez pedaços que, quando juntos, representam força e fraqueza - ao mesmo tempo, na mesma intensidade. O contexto das Mahavidyas é, também, o contexto da exposição de Fábio: energia e vigor da feminilidade alcançando o mais alto poder.

Para quem quiser se emaranhar por meio dos paradoxos das Mahavidyas, o SESC abre a Sala de Exposições até 30 de novembro, das 9h às 19h. O caminho, no entanto, é inebriante.

Exposição “Mahavidyas”
Período: 06/11 até 30/11
Local: Sala de exposições SESC
Horário: 9h às 19h

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